Grande Belém: adolescente é apreendido por apologia ao nazismo e coação de crianças à automutilação
A Polícia Federal investiga coação de crianças e adolescentes para que enviassem vídeos íntimos; praticassem automutilação com desenho de suástica; e cometessem maus-tratos a animais
Dois adolescentes, suspeitos de abuso sexual infantojuvenil, foram apreendidos pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (24), em Ananindeua, na Grande Belém, e em Tabatinga, no Amazonas. Segundo as autoridades, o adolescente apreendido em Ananindeua é suspeito de ser o líder de um grupo que praticaria apologia ao nazismo, maus tratos de animais e extorsão.
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Ele e outros administradores seriam responsáveis por coagir crianças e adolescentes para que enviassem vídeos íntimos; praticassem automutilação com os nomes de usuário dos administradores e com desenho de suástica; e cometessem maus-tratos a animais. A modalidade é conhecida como “sextorsão”; uma ameaça de divulgar imagens íntimas para forçar a pessoa a fazer algo.
A investigação identificou um grupo que utilizava aplicativo de troca de mensagens para cometer os crimes. A ação, que contou com a ajuda da Polícia Civil do Pará, faz parte da operação Discórdia, que cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Paranaguá (PR), Fortaleza (CE), Guarulhos (SP), São Paulo (SP), Garças (SP), além de Ananindeua e Tabatinga.
Conforme a polícia, em Tabatinga, a apreensão do adolescente foi em flagrante, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão. Foi encontrada pornografia infantojuvenil no celular do alvo, que foi encaminhado à Polícia Civil na cidade.
Celulares, HDs, computadores e notebooks foram apreendidos na operação. O material passará por perícia. As informações extraídas ajudarão no andamento das investigações e na identificação de vítimas.
Os investigados deverão responder pelos crimes de produção, armazenamento e compartilhamento de material de abuso sexual infantil, apologia ao nazismo, “sextorsão”, e outros que possam ser identificados no decorrer das investigações. O nome da operação, Discórdia, é uma referência ao aplicativo de mensagens utilizado pelos suspeitos.
Apologia ao nazismo
Considerado crime, a apologia ao nazismo, se enquadra na Lei 7.716/1989, que consiste:
- Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A penalidade para esse delito pode chegar de um a três anos de reclusão e multa – ou reclusão de dois a cinco anos e multa se o crime foi cometido em publicações ou meios de comunicação social.
- Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. A pena pode ser reclusão de dois a cinco anos e multa.
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