Golpe do falso parente: polícia prende trio que pedia ‘PIX’ para vítimas por meio das redes sociais
A ação teve como objetivo dar cumprimento a mandados de prisão preventiva e busca e apreensão relacionados à investigação de um crime conhecido como “falso parente”, no qual os criminosos assumiam identidades falsas para pedir dinheiro via PIX, a partir de redes sociais
Dois homens e uma mulher foram presos durante a operação “Fake Numbers”, deflagrada pela Polícia Civil do Pará, na última segunda (17) e terça-feira (18). A ação teve como objetivo dar cumprimento a mandados de prisão preventiva e busca e apreensão relacionados à investigação de um crime conhecido como “falso parente”, no qual os criminosos assumiam identidades falsas para pedir dinheiro via PIX, a partir de redes sociais.
A delegada Vanessa Lee, titular da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECC), informou que as investigações iniciaram em 2021, quando dezenas de pessoas procuraram a unidade policial especializada para denunciar o golpe. A partir das denúncias, as equipes policiais conseguiram indícios de autoria e materialidade do crime, a partir do rastro digital deixado pelos criminosos ao abrirem as contas e ao movimentarem o dinheiro.
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Os cumprimentos de mandados ocorreram nas cidades de Santos e São Vicente, ambas no estado de São Paulo. Os três indivíduos confessaram todo o esquema criminoso e encontram-se à disposição da Justiça. O crime investigado, conhecido como “falso parente”, ocorria quando os criminosos conseguiam a foto e os números de telefone de familiares e amigos da vítima, através de engenharia social nas redes sociais, e depois entravam em contato com estas pessoas solicitando quantias em dinheiro.
Em um dos golpes aplicados, o grupo se passou por filho de uma das vítimas e alegou que havia deixado o aparelho celular na assistência técnica, por isso, estaria utilizando temporariamente um novo número. Em seguida, os criminosos pediam que fossem realizadas diversas transferências via PIX e pagamentos de boletos, alegando que o valor seria devolvido assim que o celular saísse do conserto. Somente após a realização de várias transferências, a vítima passava a desconfiar e entrava em contato com o número verdadeiro de seu conhecido, descobrindo que se tratava de um golpe.
As investigações apontaram que o grupo criminoso dividia funções entre seus membros, sendo um primeiro grupo responsável pela parte operacional, obtendo os dados das vítimas e habilitando os chips de celular utilizados na fraude para enviar as mensagens falsas. Um segundo núcleo era responsável por agenciar pessoas, conseguindo contas bancárias e chaves PIX de “laranjas", as quais eram repassadas às vítimas para o recebimento dos valores do golpe.
Havia ainda um terceiro grupo, formado pessoas "laranjas", que emprestavam suas contas bancárias e dados pessoais para os criminosos receberem os valores dos golpes, recebendo para isso uma porcentagem das transações, que variavam entre 10 e 15% do valor depositado em suas contas. A associação criminosa agia de forma extremamente rápida, realizando o saque e a transferência dos valores depositados, para que com isso dificultasse a recuperação do prejuízo das vítimas.
Como denunciar?
As diligências policiais vão prosseguir com o objetivo de identificar e responsabilizar outras pessoas envolvidas no esquema criminoso. A PC ressalta que denúncias de casos similares podem ser feitas pelo disque denúncia 181, ou presencialmente, na sede da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos, que fica localizada na avenida Pedro Miranda, 2.288, bairro da Pedreira, em Belém.
O delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Walter Resende, destaca que é "extremamente importante que as vítimas registrem as ocorrências nas unidades para que os casos possam ser devidamente apurados pelas equipes policiais e os responsáveis penalizados pelos crimes".
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