Gaúcho que matou o economista e antiquário paraense, João Saboia, é preso no Rio Grande do Sul
Marcio Fonseca Scherer, 49 anos, roubou e matou brutalmente o economista no Hotel Waldorf Astoria, em Nova York, nos Estados Unidos, no ano de 1999
"A Justiça chegou. Para Deus nada é impossível". Essa afirmação é de Graça Saboia, irmã do economista e antiquário belenense João Alberto de Azevedo Sabóia, assassinado aos 56 anos de idade, em 12 de março de 1999. O caso chocou a sociedade paraense e teve repercussão nacional. O gaúcho Marcio Fonseca Scherer foi apontado como o homicida. Ele estava foragido há nove anos. Nesta quinta-feira (25), a polícia prendeu o assassino na cidade de São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul.
Além de matar João Saboia brutalmente, Scherer roubou diversos pertences da vítima, o que classificou o crime como latrocínio. Segundo os autos feito, à época, o gaúcho roubou da vítima aproximadamente 30 mil dólares, um relógio Rolex, um anel de ouro com pedra de rubi, uma corrente de ouro, um relógio Piaget, o passaporte brasileiro, uma passagem área de retorno para o Rio de Janeiro, onde estava morando na época, e uma bolsa de viagem com pertences de Saboia.
Na época, imagens do circuito interno de segurança do Hotel Waldorf Astoria, em Nova York, nos Estados Unidos, onde o crime ocorreu, mostravam Scherer deixando o quarto em que matou o paraense, com uma sacola. O corpo de João Saboia só encontrado quase 48 horas após o assassinato dele.
Na noite desta sexta-feira (26), Graça Saboia ainda recebia mensagens de paraenses se solidarizando com a família de João Alberto Saboia, e exaltando a prisão de Márcio Scherer. "Meu irmão deixou enorme saudade, até hoje, sobrinhos, cunhadas, nossa família sente sua falta. Ele era um homem de caráter e um filho amoroso, podem existir outros filhos como o João, mas acho difícil iguais a ele. Tudo ele fazia por minha mãe'', disse Graça Saboia.
PRISÃO
Marcio Fonseca Schere foi preso no final da tarde desta quinta-feira, por agentes da 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, em São Leopoldo, a 28 km da capital gaúcha. Ele havia sido condenado em 2002 pelo latrocínio contra João Saboia em uma suíte do Hotel Waldorf Astoria, em Nova York, nos Estados Unidos.
O delegado Ivair Matos Santos, titular da 2ª DP, afirma que foram seis meses de trabalho desde a informação inicial de que o condenado teria voltado para o Rio Grande do Sul. Segundo o delegado, Scherer morava em diversas cidades e seu mandado era válido até 2023. Depois disso, ficaria solto pela prescrição do crime cometido.
Na época do crime, o gaúcho se apresentou como modelo. Ele foi julgado e condenado na cidade do Rio de Janeiro à pena de 22 anos de prisão e 12 dias pelo crime de latrocínio. A decisão foi da juíza do Rio de Janeiro, Maria Elisa L. Montenegro.
A juíza determinou no ato da condenação que Scherer cumprisse a pena imediatamente. Entretanto, segundo o delegado Ivair Matos Santos, titular da 2ª DP de Novo Hamburgo, que realizou a prisão nesta quinta-feira, ele chegou a ser preso por nove meses em 2002, no começo do processo, mas acabou tendo a liberdade concedida.
Em entrevista publicada pela revista Trip em novembro de 1999, meses após o crime, Scherer chegou a contar que foi até ator de novelas da TV Globo. Também disse que no período em que morou no Rio - antes do crime em Nova York, na época com 21 anos - trabalhou como artista plástico, modelo e fez curtas participações em novelas como Salsa e Merengue, que foi ao ar em 1997. Segundo conta na entrevista, os papéis iam de galã de festa até segurança de protagonistas, como José Wilker.
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