Fugini, dois sócios e um funcionário são indiciados por contaminação de produtos
Os três responderão por crime contra a relação de consumo
A empresa Fugini, dois sócios e um funcionário, responsável pelo controle técnico de qualidade dos produtos, foram indiciados por crime contra a relação de consumo, na última sexta-feira (6), pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. O inquérito policial concluiu denúncia de molhos de tomate com fungos e ovos de parasitas em estabelecimentos comerciais da cidade gaúcha de Viamão.
O inquérito foi enviado à Justiça do Rio Grande do Sul. Anvisa e Vigilância Sanitária também foram comunicadas pela polícia. A empresa Fugini declarou que não foi informada sobre o indiciamento e negou falhas na produção.
A Fungini também foi notificada administrativamente. Após as denúncias dos consumidores, a polícia recolheu amostras de três molhos de tomate em dezembro de 2022 que foram analisadas pelo Instituto Geral de Perícias. Outras coletas lacradas pela Vigilância Sanitária, foram analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen-RS). A conclusão do exame indicou que as amostras tinham estruturas fúngicas filamentares (bolor e mofo), além de bactérias e fragmentos de ovos de parasitas.
A delegada, Jeiselaure de Souza, responsável pela investigação do caso, informou que as colônias de fungos encontradas nos molhos são advindas de contaminação. Para ela, não há dúvidas que os produtos eram impróprios para consumo e que os fungos e ovos de parasitas são prejudiciais à saúde humana.
A polícia também notou que os molhos analisados tinham apresentações finais e lotes diferentes, mas eram da mesma empresa, com sede em São Paulo. Segundo a investigadora, existem outros relatos de casos semelhantes em diversas cidades do estado. A delegada suspeita que haja uma subnotificação do número de casos registrados.
RESPOSTA - A Fugini divulgou nota ao portal G1 informando que ainda não havia sido notificada sobre o indiciamento. A empresa ainda negou as falhas na produção.
“A Fugini reforça que, como preconiza a legislação brasileira e as boas práticas de fabricação, a empresa realiza análises microbiológica e físico-química de todos os lotes de produção de todos os produtos da empresa e os submete a rígidos controles de qualidade. Conforme se demonstrou nos autos, essas análises foram realizadas em amostras dos lotes investigados, que estavam dentro dos padrões de qualidade e saíram da fábrica em perfeitas condições de consumo“, diz o documento.
“Por fim, mas não menos importante, os produtos analisados estavam com a embalagem aberta desde dezembro. Conforme consta da embalagem, a empresa recomenda que, para manter sua qualidade, o produto deve ser mantido sob refrigeração e utilizado em até um dia, uma vez que não leva conservantes em sua receita. Além disso, uma das amostras analisadas estava até mesmo com o prazo de validade expirado”, completa a nota.
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