Falso policial é preso em Ananindeua por extorquir homens na saída de motéis
Mizael da Silva Lima aliciava jovens para sair com homens casados e depois extorqui-los
Mizael da Silva Lima, 45 anos, foi preso nesta sexta-feira (3), acusado de se passar por policial civil para praticar extorsões na Região Metropolitana de Belém (RMB). Apontado como líder de uma associação criminosa, ele cooptava mulheres na quadrilha para aplicar golpes em homens geralmente casados. As vítimas eram levadas a programas sexuais em motéis e depois acabavam como alvos de extorsões cometidas pelo grupo criminoso. A prisão de Mizael foi realizada durante a Operação denominada "Kompromat", como resultado de investigações da Divisão de Crimes Funcionais (DCrif), órgão da Corregedoria da Polícia Civil do Estado.
O preso está com mandado de prisão decretado pela Justiça. Ainda, durante a operação, a equipe da DCrif cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Mizael no bairro do Icuí-Guajará, em Ananindeua. Segundo o delegado João Inácio, titular da DCrif, há registros de que a prática delituosa vem ocorrendo há, pelo menos, dois anos com intensificação dos crimes a partir do início de 2019. "A operação deflagrada é fruto de uma extensa investigação sobre extorsões cometidas por criminosos que se passavam por policiais civis. Eles aliciavam mulheres, jovens e adolescentes, para seduzir homens para, com eles, relacionarem-se sexualmente em motéis da região metropolitana", detalha o delegado.
Após isso, explica o delegado, os criminosos acompanhavam o deslocamento do carro da vítima ao lado das jovens até os motéis, onde realizavam programas sexuais. Na saída do motel, o casal era abordado por supostos policiais civis, que passavam a acusar a vítima flagrada com a suposta adolescente de crime de pedofilia. Com isso, as vítimas eram ameaçadas de prisão e também de terem suas imagens expostas na imprensa. Na sequência, os supostos policiais passavam a exigir quantias em dinheiro para que o homem não fosse conduzido na condição de preso acusado de estupro de menor.
No início da investigação, em janeiro de 2018, explica o delegado, as informações davam conta de que policiais civis estariam por trás dos crimes, mas, com o avanço das apurações dos casos, foi descoberto que o esquema envolvia pessoas que se passavam por policiais para cometer as extorsões. "Observamos que se tratava de uma associação criminosa interestadual, pois o líder do grupo - Mizael - já havia sido preso na cidade de Manaus, no Amazonas (em 2011), por prática de crime semelhante ao apurado na operação", detalha Inácio.
O delegado ressalta que o inquérito policial que culminou na operação contém inúmeros elementos de prova da prática de delitos cometidos pelo acusado, como imagens de câmeras de monitoramento e comprovantes de transferências bancárias dos valores obtidos com a prática do delito. O nome da operação “Kompromat” é uma alusão à uma técnica russa utilizada pela KGB para coletar material comprometedor, geralmente de cunho sexual, com o objetivo de chantagem.
Foi a segunda operação policial realizada em menos de 24 horas que resultou em prisão de falso policial. Na quinta-feira (2), a operação denominada "Sentinela" resultou nas prisões de integrantes de outra associação criminosa formada por "bate paus" (falsos policiais) e policiais. Foram presos um falso policial e quatro policiais civis, além de um traficante de drogas que era beneficiado pelo bando.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA