Escritório do Conselho das Populações Extrativistas é invadido e roubado em Belém
Lideranças também teriam sido ameaçadas de morte. Polícia Civil diz que investiga o caso como roubo
O escritório regional do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), em Belém, foi alvo de um atentado na noite desta sexta-feira, 21. Segundo informações do próprio CNS, homens armados invadiram o local, espancaram alguns membros que estavam dormindo na instituição e roubaram vários itens. A Polícia Civil investiga o caso.
Em publicação oficial nas ruas redes sociais, a CNS descreve que os suspeitos levaram documentos e roubaram dinheiro, computadores, televisão, entre outros equipamentos, incluindo antenas digitais do projeto “Conexão Povos da Floresta”, cujas instalações ocorreriam em territórios indígenas, extrativistas e quilombolas.
"Os bandidos também ameaçaram e ordenaram que o CNS pare de fazer denúncias em relação a questões de terras e grilagens, além de proferirem outras ameaças, incluindo um possível retorno para matar os próprios membros do Conselho", diz a publicação.
O Conselho já registrou o caso em delegacia e se posiciona de forma enfática: "A diretoria do CNS informa que não vai se calar e continuará lutando contra as injustiças sofridas nos territórios e contra as populações extrativistas no Pará e em qualquer outro Estado onde tem atuação. Além disso, já está tomando as medidas cabíveis para que os governos municipal, estadual e federal reforcem a segurança, e iniciem urgentemente uma investigação para encontrar os responsáveis por esse crime", diz em nota oficial.
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O secretário-geral do CNS, Dione Torquato, avalia que ações do Governo Federal de combate a irregularidades, como grilagem e desmatamento, têm causado indignação nos infratores e, consequentemente, o aumento de ameaças às lideranças que lutam pela proteção do meio ambiente e dos povos da floresta.
“Nos últimos três meses, o CNS tem percebido um aumento significativo de denúncias envolvendo ameaças a lideranças nos territórios. Tudo leva a crer que essas ameaças, inclusive, seriam uma consequência dos anúncios do Governo Federal de retomada da Amazônia”, destaca Dione.
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) se posicionou, por meio de nota, classificando o caso como 'roubo' e diz que já está sendo investigado pela Polícia Civil. "Informa ainda que após o registro do caso, imediatamente, iniciaram as diligências e perícias de local de crime, a fim de, identificar os autores", afirma.
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