Entenda o que era o 'Liga da Justiça', grupo de extermínio ao qual morto no Satélite era ligado
Além de Mauro Reis Coelho, outros 12 policiais militares e 10 civis faziam parte do grupo envolvido em 130 homicídios
Mauro Reis Coelho, o homem assassinado dentro de um carro ao lado da filha na manhã desta quinta-feira (8), no Conjunto Satélite, em Belém, era um dos líderes de uma quadrilha de extermínio denominada de “Liga da Justiça”, segundo o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). O grupo estava envolvido em mais de 130 homicídios e tinha ramificações em outros estados brasileiros.
O outro líder era o ex-policial militar Rosivan Moraes Almeida, condenado em 2014 a 120 anos de prisão por envolvimento na “chacina de Icoaraci”, conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público. O crime aconteceu em 9 de novembro de 2011 e seis adolescente foram executados com tiros na cabeça.
O que era o grupo de extermínio "Liga da Justiça"?
Em 2007, o MPPA, por meio da Promotoria de Justiça de Icoaraci e do Grupo Especial de Prevenção e Repressão às Organizações Criminosas (Geproc), ofereceu uma denúncia contra 21 pessoas acusadas da prática de organização criminosa. Na época, o grupo Liga da Justiça era voltado para execução de crimes de homicídio, latrocínio, extorsão, associação para o tráfico, comércio ilegal de entorpecentes e de armas, falsidade ideológica, exploração e jogos de azar, entre outros tipos de atitutes ilícitas.
Quem integrava o "Liga da Justiça"?
Entre os integrantes do grupo, doze eram policiais militares e outros 10 eram civis, lotados em duas unidades da Região Metropolitana de Belém. A apuração do Ministério Público verificou, em 2006, que a maioria dos crimes tinha a participação de motoqueiros.
Foi então que, em 2008, a operação “Navalha na Carne” foi deflagrada com os 32 mandados de prisão expedidos pela Justiça. As ordens judiciais tiveram como alvos 16 policiais militares e 16 civis.
A ação policial apreendeu granadas, revólveres, pistolas, munições de diversos calibres, utensílios usados para a prática de torturas e máquinas caça-níqueis.
Prisão de Mauro
Mauro foi preso no Maranhão, em 6 de novembro de 2012, durante uma fiscalização rotineira em posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), localizado na rodovia BR-135. Na ocasião, ele teria se apresentado com cabo da PM aos agentes rodoviários.
O suspeito portava uma identidade falsa, um revólver calibre 357 contendo 12 munições. A arma era pertencentes à Secretaria de Segurança Pública do Rio Janeiro.
Pulan, como era conhecido, foi autuado na Delegacia de Itapecuru Mirim – que fica a 118 quilômetros de distância de São Luís. Depois o acusado foi encaminhado para a capital maranhense, onde ficou custodiado na Penitenciária de Pedrinhas.
Na época da prisão, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão informou que, segundo investigações da PRF, havia “indícios fortíssimos” de que foram mais de 136 assassinatos cometidos pelo grupo. Na época, a polícia maranhense também não descartou a possibilidade de o número de homicídios ser muito maior.
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