Empresário é um dos paraenses presos em Portugal por ligação com esquema do 'Escobar brasileiro'
O empresário, de Barcarena, foi detido junto com o tenente da Polícia Militar Aderaldo Pereira de Freitas Neto, no âmbito da Operação "Norte Tropical"
O empresário Marco Antonio Faria Junior, que possui negócios no município de Barcarena, no Pará, é outro paraense preso na semana passada pela Polícia Judiciária de Portugal por envolvimento com tráfico internacional de drogas. Ele foi detido junto com o tenente da Polícia Militar Aderaldo Pereira de Freitas Neto.
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Ambos foram detidos em Lisboa. De acordo com uma pessoa próxima do círculo de amizade de Marco Antonio, ele teria dito que viajaria para a Europa a passeio e aproveitaria para receber em Lisboa uma carga de açaí, que foi exportada do Pará, a partir do Porto de Vila do Conde. Escondida na carga estava também a cocaína que seria traficada para diversos países. Durante a operação, ambos foram flagrados e presos pela polícia portuguesa.
As prisões ocorreram no âmbito da Operação "Norte Tropical". Segundo a autoridade portuguesa, a dupla faria parte de um esquema maior comandado por Ruben Oliveira, conhecido como “Xuxas” - maior traficante português -, e pelo Sérgio Carvalho - o "Major Carvalho", também chamado de “Escobar brasileiro”. Ambos também já foram presos.
A Polícia Judiciária portuguesa confirmou a prisão dos brasileiros pela droga apreendida em carga de açaí, mas não forneceu os nomes deles. A polícia portuguesa confirmou que prossegue com as investigações e com as buscas a mais pessoas envolvidas no esquema.
Operação apreendeu carga suficiente para fazer mais de 3 milhões de doses de cocaína
Em nota, a Polícia Judiciária de Portugal confirmou que "através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, desencadeou, nos últimos dias, uma operação policial no decurso da qual foi possível localizar e depois apreender elevada quantidade de cocaína".
A autoridade informa ainda que a droga "seria suficiente para a composição de pelo menos 3.200.000 (três milhões e duzentas mil) doses individuais". A droga apreendida estava em um "carregamento de açaí congelado, que havia chegado recentemente a Portugal num contentor marítimo, proveniente de um país da América Latina", informa a polícia portuguesa.
Segundo a polícia, existem ainda "fortes suspeitas de (os dois presos) integrarem uma organização criminosa que se dedica à introdução de grandes quantidades de cocaína no continente europeu", informa.
De acordo com informações extraoficiais, o tráfico de drogas em cargas de açaí faz parte de um esquema comandado pelo português Ruben Oliveira, de 28 anos, o "Xuxas". Ele é considerado pelas autoridades portuguesas como o maior traficante do país e com vasta rede de ligações.
Ele seria um dos nomes fortes do traficante brasileiro Sérgio Carvalho, o “Major Carvalho”, que foi preso na semana passada na Hungria, em megaoperação que envolveu a Polícia Federal brasileira, a polícia portuguesa e a Interpol. Carvalho ficou conhecido como o “Escobar brasileiro”, em referência a Pablo Escobar, colombiano que ficou famoso por comandar um cartel do narcotráfico e estava fugido de Portugal desde quando começou a megaoperação "Exotic Fruit", em fevereiro deste ano.
Segundo as investigações, Ruben Oliveira tornou-se “sócio” de Sérgio Carvalho a partir de 2018, ficando responsável por recrutar e organizar as cargas de drogas vindas da América do Sul até a Europa, com entrada por Portugal, via marítima e aérea. Ruben, o “Xuxas” foi preso em fevereiro deste ano, em operação chamada “Exotic fruit", ou “fruta exótica”, em tradução simples. O nome faz referência ao esquema comandado por Xuxas, que traficava cargas de cocaína em cargas de exportação de frutas, como banana e mamão. E, com a recente prisão de dois paraenses, estaria também traficando drogas em cargas de açaí.
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