Empresário é suspeito de estuprar a própria enteada em Porto de Moz
Diego da Mota Miranda, de 34 anos, chegou a ser preso pelo crime de estupro de vulnerável, mas foi liberado pela justiça, que entendeu não existir provas suficientes para mantê-lo preso
O empresário Diego da Mota Miranda, de 34 anos, é apontado como o principal suspeito de ter estuprado a própria enteada, uma adolescente de 13 anos, na madrugada do último dia 16, na pequena cidade de Porto de Moz, sudoeste paraense. O crime aconteceu por volta das 2h. A menina dormia com a irmã, de 3 anos, filha do suspeito, quando sofreu o abuso sexual. Um exame médico realizado no hospital municipal constatou os indícios de violência. Os familiares também aguardam o resultado dos exames feitos no Instituto Médico Legal (IML).
Na madrugada do crime, a mãe da adolescente não teria suspeitado do que estaria acontecendo porque estava em processo de recuperação de um procedimento cirúrgico e sob efeito de medicamentos. Enquanto isso, Diego estaria bebendo em um bar e, ao chegar na casa da família, teria entrado no quarto onde a enteada e a filha dormiam, para supostamente abusar da adolescente.
Após o crime, a garota fugiu para a casa de uma amiga, de onde conseguiu pedir ajuda ao pai biológico, que foi busca-la e se dirigiu à Delegacia de Polícia Civil do município, onde não havia ninguém. A mãe da menina solicitou, então, ajuda a um policial através de uma rede social. O militar acionou uma viatura e começaram as buscas por Diego.
Somente por volta das 9h da manhã, ainda do dia 16, o caso foi registrado formalmente na Polícia Civil. Diego chegou a ser preso pelo crime de estupro de vulnerável, mas foi liberado pela justiça, que entendeu não existir provas suficientes para mantê-lo preso. De avião fretado, conta a mãe da adolescente, o suspeito teria vindo para Belém, onde possui uma empresa de prestação de serviços voltada à construção civil e para redes de farmácias.
A mãe da adolescente relata ter visto Diego entrar no quarto do casal, em atitude suspeita, depois de ter abusado da enteada. “Na porta do meu quarto tem um enfeite que faz muito barulho, eu despertei com isso e era ele (Diego) entrando. Ele estava só de cueca e com uma roupa na mão. A porta do banheiro estava aberta e ele só fez jogar a roupa para dentro do banheiro”, relata a mãe da garota, ao acrescentar que o suspeito não teria notado que estava sendo observado.
A mulher conta que, após este momento, por causa dos remédios, ainda estava sonolenta e acabou por dormir novamente. Um barulho de buzina na frente da casa a fez despertar. Logo em seguida, ela teria ido ao quarto das filhas e, lá, se deparou apenas com a criança de 3 anos.
“Saí pela casa procurando a minha filha de 13 anos. Não achei e voltei para o quarto, acendi a luz e disse para ele que ela não estava em casa. Ele não falou nada, só ficou sentado na beira da cama, assustado e incomodado com a luz acesa. Eu procurei o telefone que estava por debaixo do travesseiro e liguei para ela”, lembra.
Ao atender o telefonema, a adolescente contou para a mãe que tinha um papel com um recado perto da cama onde ela dormia. “Eu voltei para o quarto e vi que, realmente, tinha um papel. Era um trecho dizendo que ele tinha abusado dela e que ela tinha ido para a casa de uma amiga. Quando terminei de ver aquilo, ele estava na porta do quarto. Na mesma hora que ele olhou, ele já se condenou, porque não conseguia falar nada. E eu olhei para o chão e vi o chapéu que ele usou nesse dia”, conta.
Diego chegou a negar as acusações e usou a desculpa de ir atrás do paradeiro da garota para fugir. “Ele disse que era mentira, que ia atrás dela e ia provar que ela estava mentindo. Nisso que ele saiu, eu comecei a mandar mensagem perguntando onde ele estava, e ele dizendo que ia na casa do pai dela, sendo que ele nem sabia onde ela estava. Ele mentiu, ele não foi atrás dela. Mas ele ligou muito para ela. O celular dela tinha 16 ligações dele. Eu chego à conclusão de que ele é um psicopata”, revela.
“A gente está sofrendo. Ele causou um trauma gigantesco em todos nós. Ela está tendo acompanhamento com psicólogo do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), ela não quis mais ficar em casa, está morando agora com o pai. Minha filha não consegue nem entrar em casa, porque é como se ela estivesse vendo de novo tudo aquilo. Ele chegou a ameaça-la, eu tenho as conversas do momento em que ela ligou pedindo ajuda para a amiga de madrugada. Então, diante de tudo isso, como é que a justiça entende que não tem provas e solta um cara desse?”, questiona a mãe da menina.
A equipe da Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com a Polícia Civil do Pará (PC-PA) e com o Tribunal de Justiça do Estado (TJE-PA), para obter mais informações sobre o caso e aguarda um retorno.
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