Homem faz refém dentro de uma igreja evangélica no bairro da Pedreira, em Belém

No início da tarde desta sexta-feira, 14, uma crise com refém se instalou dentro de uma igreja evangélica no bairro da Pedreira, em Belém. Um homem, identificado como Agnaldo de Souza, de 32 anos, após uma tentativa frustrada de assalto, entrou em um templo da denominação Quadrangular e fez um refém a mão armada. O caso aconteceu na travessa Timbó, entre a avenida Pedro Miranda e a Marquês de Herval. Após o trabalho de negociação de policiais militares, o suspeito liberou a vítima - não houve troca de tiros e ninguém saiu ferido.

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A ocorrência iniciou por volta de 13h desta sexta-feira (14). As primeiras informações indicaram que dois homens tentaram praticar um assalto contra um motorista de aplicativo em uma rua próximo à igreja. Porém, durante a tentativa de assalto, a dupla foi frustrada por uma guarnição da Polícia Militar do Pará (PMPA) de moto, conforme detalha o tenente Arajúdo, comandante do Comando de Policiamento da Capital I (CPC-I):

"Começou com um assalto frustrado - o acusado tombou com uma guarnição de moto do 28º Batalhão, o Batalhão Água, e dentro dessa perseguição, ele acabou entrando na igreja. Estava em um momento de culto, tinha muitas pessoas dentro da igreja, e a partir daí começaram as negociações", informa.

Tenente Araújo falou sobre como foi a dinâmica da ocorrência. (Adriano Nascimento / Especial para O Liberal)

Uma mulher que estava na igreja durante a ocorrência, mas que preferiu não se identificar à reportagem, também contou sua versão dos fatos, que corroboram com a da polícia:

“Ele entrou lá por trás e subiu. Quando ele desceu, saiu no meio da gente, empurrando todo mundo. Ele correu aqui para trás e queria sair pela última porta, mas não deu. Nessa altura, já tinham policiais”, contou. Ela afirmou ainda que, na hora, havia umas 200 pessoas no culto. “Foi por volta de 13 horas, já estava terminando o culto”, disse.VEJA MAIS

Não foi informado o paradeiro do segundo sujeito que estaria envolvido na tentativa de assalto junto com o primeiro. Este, que entrou na igreja e fez um homem de refém, estava armado e chegou a fazer exigências à polícia:

"O primeiro batalhão fez a negociação aqui no local, foram atendidos alguns pedidos - a presença do pai dele, a presença da imprensa - tudo ocorreu dentro do que é previsto, dentro da técnica - já foi liberado o refém, sem nenhum tipo de lesão. O acusado estava armado com revólver 38, com 8 munições, tinha um celular também com ele", detalha o tenente Araújo.

O militar também conta o momento de maior tensão da ocorrência: "o momento mais delicado foi o momento inicial, quando ele conseguiu entrar na igreja, tinha muita gente frequentando a igreja e nesse momento de contenção, de tirar as pessoas de dentro, fazer o isolamento foi o momento mais difícil".

Igreja Evangélica na Timbó com a Avenida Pedro Miranda (Reprodução)

Pai do suspeito compareceu ao local

A presença do pai foi uma das exigências feitas pelo praticante do assalto. O genitor do suspeito contou à imprensa que chegou ao local após ser contactado pelos policiais. Segundo ele, o filho já tinha histórico de prática de delitos, porém, não era considerado violento:

"Ele já tem histórico, não de morte, mas de roubo, sim. Eu me senti muito apreensivo né? Eu fico preocupado, porque é filho, né? A mãe dele morreu e hoje sou só eu que tomo conta dele. Eles ligaram daqui, o pessoal da polícia, pra eu falar com ele. Ele não é violento", comentou. Logo em seguida, ele foi levado para prestar depoimento pela polícia.

Vítima se manteve calma

O homem feito refém dentro da igreja foi Laurimar Costa de Souza. Ele contou à imprensa que em nenhum momento ficou assustado com tudo o que aconteceu e manteve a calma:

"A gente teve a noção de que ele não queria praticar violência nenhuma. Ele estava com medo de morrer e pessoal com medo de morrer faz besteira", comentou.

Quando questionado sobre como ficou se sentindo a respeito e ter sido feito refém, o fiel da igreja evangélica afirmou que perdoava o criminoso: "A gente deve perdoar e continuar. Eu já perdoei. Se Deus me perdoou, eu perdoo. Eu não sei o que levou ele a isso, só sei que ele teve outra chance, assim como eu tive", disse.

Agnaldo de Souza foi preso em flagrante e encaminhado para a Seccional da Pedreira para os procedimentos cabíveis. A redação integrada de O Liberal entrou em contato com a Polícia Civil do Pará (PCPA), que é o órgão que dará encaminhamento às investigações do caso, e aguarda o retorno.