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Criança morre após ser atendida na UPA do Icuí, em Ananindeua; família acusa negligência

A criança deu entrada na unidade de saúde com sintomas de diarreia e vômito depois de já ter passado por atendimento horas antes no mesmo local e ter sido liberada pelos médicos

O Liberal
Foto: Cláudio Pinheiro / O Liberal

Sofia Gabriele Silva, de 1 ano e seis meses, morreu na noite desta quinta-feira (3) após ser atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Icuí, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. A criança havia dado entrada na unidade de saúde com sintomas de diarreia e vômito. A morte foi confirmada pela família por volta das 20h30. Houve confusão na porta da unidade de saúde. A Polícia Militar e a Guarda Municipal foram acionadas.

De acordo com relatos da família, a pequena Sofia começou a passar mal ainda pela manhã. Por volta das 9h, os pais a levaram até a UPA do Icuí, onde ela recebeu medicação e foi liberada para retornar para casa. No entanto, segundo o pai da menina, o mecânico Matheus do Remédios dos Santos, de 22 anos, o estado de saúde da criança piorou logo após o retorno.

“Ela começou a sentir fortes dores e ficou roxa. A gente acredita que isso aconteceu por causa da medicação que deram pra ela. O roxo pode ter sido pelas tentativas erradas de aplicar injeções nela”, relatou o pai à reportagem do Grupo Liberal.

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Em nota, a PC comunicou que “perícias foram solicitadas e testemunhas são ouvidas para auxiliar nas investigações”.

A imagem em destaque mostra Matheus do Remédios dos Santos, pai de Sofia Gabriele Silva, a criança que morreu após ser atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Icuí, em Ananindeua. Prefeitura de Ananindeua abre apuração interna para investigar morte de criança na UPA do Icuí
Sofia Gabriele Silva, de 1 ano e seis meses, tinha dado entrada na unidade na quinta-feira (3/4), com sintomas de diarreia e vômito

UPA Daniel Berg fica localizada no bairro Icuí CRM-PA apura caso de criança que morreu depois de ser atendida em UPA de Ananindeua
Sofia Gabriele Silva, de 1 ano e seis meses, havia dado entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Icuí com sintomas de diarreia e vômito

Diante do agravamento do quadro, a família retornou com a criança à UPA. Lá, ela foi medicada novamente e levada para a sala vermelha, área destinada a pacientes em estado grave, mas, segundo os familiares, sem o acompanhamento de nenhum responsável.

“Quando nós soubemos, a minha filha já tava no saco preto. E eles esconderam da gente. Não falaram nada. Falaram que ela tava tomando soro. Acho que iam chamar o Renato Chaves pra levar o corpo e a gente só ia saber depois. Não era pra eles terem liberado minha filha antes. Era um caso de internação. Aqui não é a primeira vez que acontece isso. Só tem acadêmico, não tem profissional. Só enfermeiro aprendiz. Eles são matadores de criança”, desabafou Matheus.

Sofia Gabriela era asmática, mas considerada uma criança saudável e ativa pela família. Os parentes afirmam não entender o que, de fato, aconteceu dentro da unidade de saúde.

“E, como se não bastasse todo o nosso sofrimento, quando a gente descobriu que ela já tava no saco preto, eles chamaram a polícia pra querer prender a gente, dizendo que a gente tava fazendo vandalismo. Jogaram a gente igual a um saco de lixo aqui na frente. E a gente só queria saber o que estava acontecendo”, disse o pai da criança.

A família afirma que, quando viu o saco preto, rasgou e constatou que era a criança que estava dentro dele. “Ela já estava com o algodão no nariz, mãos amarradas e bastante dura. Então a gente acredita que ela já estava morta há bastante tempo aí dentro”, disseram os familiares da criança.

Posicionamento da Prefeitura de Ananindeua 

A Prefeitura de Ananindeua informou nesta sexta-feira (4/4) que abriu uma apuração interna para averiguar e tomar atitudes no caso da morte de Sofia. Em nota, a prefeitura informou que a paciente, “com histórico recorrente de atendimentos por, entre outros motivos, desidratação, deu entrada pela manhã com quadro de diarreia, e vômitos mas com sinais vitais normais, recebendo hidratação, tratamento e prescrição para os sintomas”. 

“À noite a paciente retornou em estado gravíssimo e foi imediatamente encaminhada a sala vermelha, onde a equipe realizou com urgência o atendimento seguindo todos os protocolos clínicos. Infelizmente após todo esforço do corpo clínico a paciente evoluiu a óbito”, acrescentou. 
Ainda conforme o comunicado, a prefeitura afirmou que “em razão do quadro e contexto da paciente, inclusive pré-atendimento, a equipe médica acionou imediatamente as autoridades competentes para apuração da causa da morte”.

Por fim, a Secretaria de Saúde, que se solidarizou com a família e amigos de Sofia, disse que segue à disposição para qualquer esclarecimento, “reforçando seu compromisso com a transparência e ética”.

Investigação da Polícia Civil e do CRM-PA 

Na manhã desta sexta-feira (4/4), diversas autoridades se manifestaram dizendo que investigam o caso. A primeira delas a comentar o assunto foi a Polícia Civil, que informou em nota que “perícias foram solicitadas e testemunhas são ouvidas para auxiliar nas investigações”.

Além disso, o Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) também se posicionou sobre o ocorrido e informou que abriu procedimento apuratório. “Ressaltamos que todos os procedimentos que dão entrada neste Regional são apurados, e de acordo com o art. 1°, do Código de Processo Ético-profissional, os processos tramitam sob sigilo”, comunicou o CRM-PA.

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