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Corpo de oleiro ferido na ação da PM no Paracuri é encontrado por moradores

Sobe para cinco o número de baleados na ação. Moradores dizem que PMs foram truculentos

Redação Integrada de O Liberal
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O corpo de Osmair Pereira Monteiro, 42 anos, também conhecido como Gitão, artesão desaparecido desde a manhã de hoje (22) após a Operação Diátaxi 7, que mobilizou 70 homens das Polícias Militar e Civil no Tapanã e Paracuri, em Icoaraci, foi localizado por volta das 15h desta quinta-feira (22), no bairro do Paracuri, em Belém. 

Osmair foi baleado dentro de uma canoa, durante a operação policial. Além dele, outros dois tripulantes foram feridos a tiros na ação do Paracuri. Ao final da manhã, a Polícia Militar disse, em nota, que todos os homens eram suspeitos de participação no tráfico de drogas - e foram feridos após resistir à abordagem. Contudo, em outra versão, moradores da comunidade defendem que os baleados no Paracuri eram artesãos que trabalhavam com extração de barro no momento que foram feridos, e criticam a ação policial.

ENTENDA

A Operação Diátaxi 7, deflagrada nos bairros do Tapanã e Paracuri, com o objetivo de intensificar o enfrentamento ao tráfico de drogas na capital, ocorreu na manhã desta quinta-feira (22).

Até o momento, a Polícia Militar contabiliza três pessoas baleadas durante a ação. Duas alvejadas no Paracuri foram socorridas e levadas ao Hospital de Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti, da 14 de Março. A terceira foi baleada no conjunto Eduardo Angelim, identificada apenas como Breno, que morreu após ser ferido. 

Com o corpo de Osmair Pereira Monteiro, encontrado nesta tarde, sobe para cinco o número de baleados durante a ação da PM. Pelo menos dois, incluindo o artesão Osmair e Daniel dos Anjos, de 26 anos, também alvejado e internado na UPA de Icoaraci, não era admitidos pela PM até o final da tarde.

VERSÕES

A polícia declarou inicialmente, ao final de manhã, que havia prendido 12 pessoas na operação, além de armamentos, drogas e aparelhos celulares. Às 14h, a versão do balanço havia mudado: "Durante a operação, 10 pessoas foram presas pelas equipes policiais – 6 homens e 4 mulheres. Eles estavam escondidos numa casa e, ao serem localizados pela polícia, tentaram fugir pelas matas do Tapanã", dizia nota encaminhada à imprensa.

Ao início da noite, uma nota da PM já citava outro saldo da Operação Diátaxi 7: contavam-se "seis pessoas detidas, dentre elas quatro menores". A mesma nota também dava número diferente para os homens em campo na ação. De 70, os policiais listados passaram a 60, segundo números da corporação.

Procurada já pela noite desta quinta-feira pela redação integrada de O Liberal para comentar as disparidades dos balanços da operação e as vítimas baleadas que supostamente não seriam criminosos, a PM esclareceu que "os Comandos do 24° e 10° BPMs não registraram qualquer outro fato relacionado às ações da Operação Diátaxi 7, daqueles oficializados na Unidade Integrada de Polícia do Tapanã e na 8ª Seccional Urbana de Icoaraci. Contudo, qualquer ocorrência supostamente vinculada à operação e não registrada até então, deverá ser levada ao conhecimento da Polícia Civil no intuito de ser investigada." 

PROTESTOS

Moradores do Paracuri I criticaram a ação da PM e acusam os policiais de terem agido contra nove trabalhadores, que estavam em três canoas coletando argila em uma área de mata, cujo acesso se dá pelo Porto do Uxi, no Paracuri I. De acordo com a Polícia Militar, homens do Grupamento Fluvial (GFlu) apenas revidaram os ataques sofridos quando da aproximação da equipe, uma vez que os trabalhadores teriam atirado contra os policiais.

José Luiz Viana, 53, morador local, foi um dos que localizou o corpo de Osmair pela tarde. Segundo o homem, após o fim da operação, trabalhadores da região e moradores entraram na mata, no final da Rua Uruá, para tentar achar o corpo do oleiro.

Osmair teria sido baleado ainda na canoa e caiu nas águas o Igarapé Uxi. Os moradores acharam o corpo o rapaz preso na raiz de uma árvore, com ferimento de arma de fogo. O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves trabalhava para fazer a remoção, assim como a Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que investiga o caso. Mesmo com a forte chuva, moradores não deixaram o local e acompanhavam de perto o trabalho das autoridades, alegando que o Osmair foi morto sem ter culpa alguma.

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