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Consumo de chás exige cuidados para evitar prejuízos à saúde, alerta especialista

O hepatologista Paulo Cartagenes, de Belém, pontua que alguns tipos de chás específicos podem provocar o surgimento de algumas doenças

Gabriel Pires
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Considerados aliados da saúde, os chás conquistam cada vez mais espaço na rotina de quem busca hábitos naturais. No entanto, o uso excessivo pode trazer riscos à saúde, como intoxicações e sobrecarga de órgãos - acendendo um alerta para a saúde dos rins e do fígado. Mesmo com diversos benefícios, especialistas alertam que o consumo da bebida deve ser feito de forma adequada. E os cuidados devem ser redobrados. 

O hepatologista Paulo Cartagenes, de Belém, pontua que alguns tipos de chás específicos podem provocar o surgimento de algumas doenças, como inflamações no fígado. E lembra que o uso da bebida seja feito de maneira adequada. “Os chás são usados há milênios. Contudo, seus componentes, às vezes até bem conhecidos, como hibisco e chá-verde, podem muitas vezes ser danosos ao organismo, em especial ao fígado, podendo levar ao desenvolvimento de hepatites. E, às vezes, até hepatites fulminantes”, afirma.

De acordo com o médico, em pequena quantidade o uso dos chás, mesmo diariamente, não costuma ser maléfico. Mas, segundo ele, é necessário ter cuidado com a expressão que, por ser um produto natural, a bebida não faz mal. “O consumo com supervisão médica sempre será mais seguro, pois, algumas vezes, embora na cultura popular aquela substância traga benefícios, dependendo da sua concentração ou associação a outras drogas, poderá causar danos graves ao organismo.

“O uso de chás como digestivos ou auxiliares a digestão, por exemplo, em geral, são bem tolerados pelo organismo, mas, às vezes, a mesma substância, quando consumida em grande quantidade, com objetivo de perda de peso, por exemplo, pode causar lesões graves no fígado. Foi o que aconteceu, com o consumo indiscriminado de Sacaca (Croton Cajucara), há cerca de 20 anos, em forma de chás ou cápsulas, com relatos de vários casos de hepatites graves e até fatais”, alerta Paulo.

Uso diário

Algumas espécies não são recomendadas a ingestão diariamente. E até mesmo as doses devem ser moderadas. Entre os tipos de chá que podem ser mais severo à saúde, o médico detalha que algumas substâncias como erva de São João, cavalinha, sene, centelha asiática, por exemplo, já foram associados ao desenvolvimento de doença hepática, muitas vezes, pelo consumo exacerbado.

“Muitas substâncias, após serem absorvidas pelo intestino, são metabolizadas e transformadas no fígado, e estas substâncias ou seus metabólitos formados podem agredir as células hepáticas. Além dos chás, atualmente, muitos produtos fitoterápicos à base de cúrcuma têm sido usados pela população de modo mais acentuado. E já há publicações científicas registrando lesões no fígado por esta substância”, reforça o hepatologista.

Desidratação

A desidratação também está entre alguns dos efeitos adversos causados pelo consumo exagerado da bebida, conforme frisa o médico “Muitos dos chás consumidos habitualmente têm efeitos diuréticos e podem causar desidratação e distúrbios hidro-eletrolíticos graves, principalmente em organismos mais sensíveis, como nos idosos. Em pacientes com doenças renais, as substâncias têm mais dificuldade de serem excretadas e, com isso, podem ter maior tempo para atingir as células do organismo”.

Para aquelas pessoas que costumam tomar chá para emagrecer, os riscos podem ser ainda mais intensos. “O uso de chás para emagrecer apresenta potenciais riscos, porque, inicialmente, costumam ter poder diurético, podendo causar desidratação às vezes severa. E segundo porque é muito comum a associação de plantas na composição dos chás, dificultando a identificação do ou dos componentes com potencial ação danosa ao fígado”, assegura o médico.

“Além disso, é comum que o usuário, ao perceber que está conseguindo êxito, aumente indiscriminadamente a quantidade do consumo dos chás, com a crença de que não faz mal, o que potencializa sua ação”, relata o hepatologista.

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Saúde
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