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Cabo da PM acusado de matar mulher a tiros e ferir homem será julgado nesta terça-feira em Santarém

Ele responde pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado; os crimes ocorreram em 2016

O Liberal
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O policial militar Ederson Silva Cardoso, acusado de matar Jarlene Aranha Siqueira e tentar matar Hugo Wanderlan Figueira Mota, em 2016, será submetido a Júri Popular nesta terça-feira (30), na Comarca de Santarém, no oeste do Pará. O cabo PM responde pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado.

Consta nos autos do processo que, na noite do dia 29 de outubro de 2016, Jarlene e Hugo seguiam em uma motocicleta pela avenida Fernando Guilhon, no bairro Caranazal. Ao ultrapassarem uma barreira montada pela polícia e se aproximarem do viaduto, ouviram disparos de arma de fogo. Alguns instantes depois, perceberam que haviam sido atingidos.

Ainda segundo o Portal OEstadonet, Jarlene, que estava na garupa da moto pilotada por Hugo Wanderlan, caiu no chão. Ainda chegou a ser socorrida, mas morreu. No momento em que Jarlene era conduzida em uma ambulância, o companheiro dela, Hugo, era interrogado por policiais militares. E, nesse momento, percebeu que também havia sido atingido por um projétil que se alojou nas proximidades de sua coluna. Ele foi socorrido e levado ao PSM.

Durante as investigações, a polícia descobriu que a arma que causou a morte de Jarlene e atingiu Hugo é compatível com calibres “30” e “32” e que o único policial envolvido na operação que acautelou uma arma carabina tipo micro galil magal, de calibre “30” foi o cabo Ederson Silva Cardoso.

Uma testemunha, um policial militar, contou que, no dia do crime, estava fazendo uma operação no viaduto quando ouviu um disparo. Pelo rádio, soube que se tratava de uma mulher caída na subida do viaduto, junto com outra pessoa, e que ouviu mais de um disparo. No momento dos fatos, ele não soube dizer onde Ederson estava e que normalmente é o cabo Ederson quem usa a carabina.

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Cabo negou ter cometido os crimes

Outro militar, que também participou da blitz no viaduto, no dia do crime, contou que ouviu de três a quatro disparos e, que após isso, viaturas saíram para o local e lá encontraram uma mulher e um homem caídos.

Segundo ele, no primeiro contato com testemunhas, elas afirmaram que tinham sido policiais militares que efetuaram os disparos. Esse policial contou que não viu a moto fazendo retorno no canteiro do viaduto, que exigiu exame de pólvora combusta e que, na sua guarnição, ninguém fez nenhum disparo.

Já o cabo Ederson afirmou que não teria sido o autor dos disparos e que populares começaram espalhar esse boato. Em depoimento, disse que se acautelou no momento da barreira e detectou que sua arma estava com problemas e a deixou na viatura.

Ele afirmou que haviam umas três ou quatro viaturas no local e que ouviu os disparos. Também disse ainda que uma das vítimas, Hugo, teria dito que foi uma moto que estaria atrás dele.

Durante a reprodução simulada foram constatadas incoerências entre os depoimentos do subtenente Castro e do cabo Ederson com relação à dinâmica dos fatos, as quais não deveriam existir, pois a dupla estava na mesma viatura.

Ainda segundo as investigações, a viatura 0303, na qual estavam o subtenente Castro e o cabo Ederson, era a mais próxima do local onde as vítimas foram atingidas. O Ministério Público do Estado afirma que foi o acusado o autor dos disparos que atingiram as vítimas, e, por isso, ofereceu denúncia contra o cabo Ederson.

O Tribunal do Júri está previsto para começar às 8 horas desta terça-feira e será presidido pelo juiz Gabriel Veloso de Araújo. O promotor de Justiça Diego Libardi será responsável pela acusação.  Na defesa do acusado atuará o advogado Rogério Borges. No total foram arroladas sete testemunhas, sendo duas comuns (acusação e defesa), quatro exclusivas da acusação e uma da defesa.

 

 

 

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