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'Alugamos uma casa pra eles e agora está vazia', diz tutora de cães que morreram a caminho de SC

Família denuncia transportadora por morte de cães durante viagem entre Ananindeua (PA) e Palhoça (SC) e questiona falta de fiscalização

Gabriel da Mota
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A mudança dos sogros de Gabriela Carvalho, 27 anos, para Santa Catarina deveria ser acompanhada por seus cães de estimação, mas a viagem terminou de forma trágica. Os três animais, Kira (pastor alemão de 10 anos), Thor (pastor alemão de 9 anos) e Bruce (bulldog de 5 anos) morreram durante o transporte terrestre realizado pela empresa Transporte Pet Brasil. Contratado por R$ 10 mil, o serviço prometia um trajeto seguro de Ananindeua (PA) até Palhoça (SC), mas os tutores foram informados das mortes antes da chegada dos cães ao destino.  

“A gente pesquisou várias empresas antes de fechar com eles. Ouvimos falar dessa, olhamos na internet e não encontramos nenhuma reclamação. Então a gente achou que seria ok”, explica Gabriela. A família, preocupada com relatos de mortes de cães em voos comerciais, optou pelo transporte terrestre como alternativa. “A gente acabou de ver um caso do cachorrinho do labrador que foi de avião e faleceu e a gente ficou com medo. Tentamos o transporte terrestre, que parecia mais adequado pro Bruce, principalmente.”  

O trajeto começou no dia 28 de janeiro, com previsão de chegada para o dia 2 de fevereiro. Enquanto os sogros de Gabriela viajaram de avião, os cães foram transportados pela empresa. No meio do percurso, porém, a família foi informada de que Bruce havia morrido na Bahia. Pouco tempo depois, Kira e Thor também não resistiram em Minas Gerais.

Luto e revolta

A notícia das mortes causou forte impacto na família.

“A gente já tava muito abalado com a morte do Bruce. E aí a gente recebe a notícia da Kira. Foi um baque tão grande que eu entrei em crise de ansiedade. Todo mundo chorou. Foi horrível. Foi uma notícia devastadora pra nossa família”, desabafa Gabriela.  

Além da dor da perda, a família questiona a falta de fiscalização sobre empresas que realizam esse tipo de serviço. “A gente fica revoltado, né? Porque não tem fiscalização, as políticas públicas de fiscalização não existem, ninguém olha pelos nossos bichos, sabe? Ninguém parece que se importa com os bichos e acontece o que aconteceu.”  

Diante da situação, a família registrou boletins de ocorrência em Santa Catarina e Minas Gerais. O caso está sendo acompanhado pelo delegado Bruno Lima, conhecido por sua atuação na defesa da causa animal. Além disso, uma advogada está auxiliando a família na busca por justiça.  

Empresa nega responsabilidade

Gabriela afirma que a Transporte Pet Brasil não reconheceu qualquer falha e se isentou de responsabilidade. “Eles dizem que a culpa não é deles, que nós com certeza enviamos os cães doentes, mesmo a gente tendo entregue laudos, atestado de saúde, atestado de vacinação. Tudo que eles pediram nós entregamos e agora eles não estão falando mais nada. Não pediram desculpa, não falaram nada, nem sobre devolver o nosso dinheiro, nem nada.”  

O proprietário da Transporte Pet Brasil, Alexandder Junio, se manifestou afirmando que aguarda os laudos veterinários para que seus advogados possam se posicionar sobre o caso. “Estou aguardando laudos e exames veterinários dos cães (necropsia e exames específicos) pelos veterinários que atenderam os cãezinhos, tanto na Bahia quanto em Minas. Esses documentos estão sob posse dos donos e, assim que tivermos acesso a eles, meus advogados poderão se manifestar.”  

Alexandder também disse que os exames já foram solicitados pela empresa, mas continuam sob posse dos tutores.   

Enquanto a empresa aguarda os laudos que, segundo Gabriela, estão com a advogada que os auxilia, a família segue em busca de respostas e justiça para a morte dos cães. “Nós alugamos uma casa grande justamente para comportar esses cães, né? E aí tu chega na casa e ela tá vazia, porque eles não estão lá”, finaliza.  

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