Advogado suspeito de tráfico de drogas em Belém já foi condenado e expulso da PM
Operação, deflagrada no ano de 2014, na área do Ver-o-Peso, revelou que Luigi Rocha da Silva Barbosa fazia parte de um grupo de policiais militares que cobrava propina de comerciantes que atuavam na capital paraense
O advogado Luigi Rocha da Silva Barbosa já havia sido preso pelos crimes de extorsão, corrupção e formação de quadrilha, conforme no âmbito da Operação Katrina, deflagrada no ano de 2014, na área do Ver-o-Peso, em Belém. A informação consta em matéria da época publicada no site do Ministério Público do Pará (MPPA). A operação revelou que um grupo de policiais militares, do qual Luigi fazia parte, cobrava propina de comerciantes que atuavam na capital paraense.
Na época, os PMs foram monitorados por interceptações telefônicas. Depois de preso, Luigi teve um pedido de liberdade negado. Ele e mais seis agentes foram julgados em dezembro de 2016. Na ocasião, todos foram absolvidos pela Justiça Militar. A Promotoria de Justiça Militar recorreu da decisão e conseguiu a condenação dos PMs, bem como a expulsão deles da corporação.
A Polícia Militar informou que o ex-militar já desempenhou funções na corporação, porém foi excluído da instituição. E, atualmente, ele não possui nenhum vínculo com a corporação.
Luigi foi preso novamente, na última quinta-feira (23), em Belém, sob suspeita de tráfico de drogas. Ele foi detido por policiais militares dentro do próprio escritório, na avenida Gentil Bitencourt, no bairro de Nazaré. Informações preliminares apontam que, uma adolescente encontrada com maconha no bairro de Nazaré foi a responsável por indicar onde operava o fornecedor.
A guarnição da PM seguiu a informação e chegou até o escritório de direito. No local havia mais de um 1 kg de maconha escondida em um kaiser de violão. Além da droga foram apreendidas máquinas de cartão de crédito e balança de precisão.
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Defesa nega que o advogado seja traficante
O advogado Lucas Sá, em entrevista ao Grupo Liberal, disse que quase toda a ação policial foi registrada pelos próprios militares. Ele afirma que a polícia montou um cenário para a prisão de Luigi. "A própria filmagem da polícia, que eles fizeram, mostra que havia um rapaz na frente do escritório de advocacia. A polícia aparece correndo na rua, pega esse rapaz, invade o escritório e faz a abordagem lá dentro. A gravação mostra que eles localizam uma substância semelhante a maconha no bolso desse rapaz. O Luigi sai da sala dele para saber o que estava acontecendo, mas um policial entra com ele na sala e a gente não vê mais o que acontece lá. Ele já retorna apresentando com um case de um violão onde teria droga dentro - eles falam que estava dentro do escritório", conta o advogado de defesa.
Lucas Sá também disse que um dos PMs se dirige até uma mesa no escritório, depois de ter mandado todos os funcionários embora, e tira de dentro de uma gaveta um volume de substância semelhante à maconha. "Sem o Luigi oferecer resistência, PMs começam a xingá-lo e algemam ele. O Luigi a todo momento pergunta o que está havendo e eles não respondem", ponderou a defesa.
Além disso, circula nas redes sociais que o advogado Luigi Barbosa teria tentado subornar os policiais oferecendo a quantia de R$ 3.500 para não ser preso. A defesa disse que há outro trecho do vídeo que refuta essa alegação. "Os policiais dizem, nas gravações, que o Luigi teria oferecido o valor de 3.500 reais para eles não procederem, mas, quando a gente assiste, são eles que perguntam 'quanto você tem aí'", diz Lucas Sá. A defesa explicou que o vídeo na íntegra está nas mãos da Polícia Civil. Até o momento, esse vídeo na íntegra ainda não foi localizado pela reportagem.
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