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327 quilos de mercúrio contrabandeados são apreendidos em Altamira; carga é avaliada em R$ 160 mil

Os produtos vieram da Bolívia e, segundo o motorista relatou à PRF, seriam usados para garimpos ilegais em Tucumã

O Liberal
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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 327,6 quilos de mercúrio, no final da manhã desta sexta-feira (26), em Altamira, região sudoeste do Pará. A carga ilegal foi identificada no quilômetro 571 da rodovia BR-230 (Transamazônica), na carroceria de uma caminhonete. O motorista disse que havia saído de Jacareacanga e estava indo rumo a Tucumã, no sudeste paraense. Os produtos supostamente foram comprados ilegalmente na Bolívia. O motorista ainda tentou esconder os cilindros da substância, mas os agentes perceberam que havia algo a mais no compartimento de carga.

Na carroceria, como relatam os agentes da PRF, havia uma lona preta. Por baixo, havia sacos de sal mineral, o que o motorista chamou de "contrapeso para a carroceria não ficar muito leve". Foi quando um dos agentes notou que havia algo por baixo das sacas de sal. Eram cilindros e alguns deles tinham adesivos que já identificavam o mercúrio. Outros tinham inscrições em outros idiomas e símbolos que mostravam se tratar de produto tóxico ou perigoso.

Questionado, o motorista reconheceu que as garrafas continham mercúrio, também conhecido como “azougue”. "Esta substância tóxica é comumente utilizada em garimpos, para separar o ouro dos demais minerais e sedimentos. Além disso, afeta a saúde de animais e pessoas, podendo causar desde danos irreversíveis no sistema nervoso central até levar à morte, principalmente em fetos", observou a PRF, por nota publicada após a apreensão.

O homem não possuía nota fiscal nem qualquer outro documento que permitisse o transporte da substância, como informou a PRF. Ainda respondendo aos policiais, o motorista disse que ele mesmo comprava a substância na Bolívia. A carga estaria estimada em R$ 160 mil, o equivalente a R$ 0,50 por grama de mercúrio. Ele disse que estaria indo vender o produto em Tucumã, na região de garimpo, onde pretendia lucrar entre R$ 3 mil a R$ 4 mil reais por garrafa.

"Dessa forma, resta caracterizada, em tese, a conduta do artigo 56 da lei 9.605/98, que torna crime transportar ou comercializar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos. Também resta caracterizado, em tese, o contrabando, visto que o condutor relatou ter adquirido o produto diretamente na Bolívia de uma pessoa e contratado outra para atravessar até o lado brasileiro, onde ele mesmo recebeu", dizia nota da PRF.

Os cilindros de mercúrio, o veículo e o motorista foram apresentados à sede da Delegacia de Polícia Federal de Altamira para os procedimentos cabíveis. O preso está à disposição da Justiça e autuado por suspeita de contrabando e transporte de produtos tóxicos sem autorização.

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