Região Norte foi a que mais adquiriu gatos em 2021; aumento requer cuidados básicos; vídeo

Menos de 40% dos tutores do país faz acompanhamento periódico dos animais

Camila Azevedo

O Norte do Brasil foi o que mais adquiriu gatos em 2021. Ao longo do último ano, a população felina na região teve um aumento de 64% quando comparada com as outras áreas no país. Além de analisar questões quantitativas, a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD) abordou informações sobre alimentação, cuidados básicos para manter a saúde dos animais em dia e o perfil dos tutores. Um dos principais pontos revelados é a dificuldade em diagnosticar doenças por conta de tratamentos divulgados via internet.

Ainda com o crescimento da quantidade de felinos, o acompanhamento periódico da saúde desses animais não tem sido feito de forma regular e com a atenção necessária aos cuidados preventivos. O levantamento mostra que os gatos que chegam para receber tratamento contra alguma enfermidade em nível avançado geralmente são os que não costumam passar por consultas rotineiras. Somado a isso, as receitas consideradas “milagrosas” disponibilizadas no mundo online garantem apenas o alívio dos sintomas, mas não a cura.

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A prevenção indicada está ligada a nutrição adequada, sendo essa a forma mais segura de evitar gastos acima do normal. Evitar que os gatos transitem livremente pelas ruas também é uma medida de segurança que previne contra acidentes, maus-tratos e contágio por doenças e parasitas de outros felinos que não recebem cuidados.

Tharcysio Lang, de 29 anos, do município de Parauapebas, sudeste paraense, trabalha com marketing digital desde o início da pandemia da covid-19. Em seu canal no YouTube e no perfil do Instagram, ele aborda de forma divertida a rotina com o gato Júlio, o primeiro de seis pets. A relação com os animais é antiga e cheia de amor.

“Desde criança eu gosto de animais, eu cresci na roça. Cresci vendo minha mãe cuidando deles. Uma vez, jogando bola, eu voltei pra casa com 5 gatinhos dentro de um balde. Para mim, eles não são apenas animais, são membros da família”, disse Tharcysio.

image Tharcysio Lang mostra a rotina dele com o gato Júlio por meio de seu canal no YouTube (Arquivo pessoal)

Todos os cuidados para que a saúde dos felinos esteja em dia são mantidos. Tharcysio afirma que há um estigma muito grande na sociedade em relação aos gatos, que são taxados como sendo animais frios e sem amor pelos tutores, porém, o que é visto diariamente passa longe disso. O Júlio, primogênito da casa, é cuidado apenas pelo tutor. “O gato ama a gente, mas no jeito dele, de forma mais retraída. Quem convive com eles acaba entendendo a personalidade e vê que não precisa o animal chorar de tristeza por você não estar perto, para saber que ele te ama”, destaca o influencer.

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Amor ao primeiro PET

A experiência é confirmada pela estudante de 21 anos Victória Gomes. No natal de 2018, ela ganhou o primeiro gato. Antes, a família não tinha intimidade com o assunto e nem sabia como cuidar do animal. A intimidade foi crescendo e os levou a adotar mais cinco felinos. Aos poucos, a convivência foi permitindo que a relação se torne o que é atualmente, com a rotina adaptada para os gatos. A tutela deles é divida entre três pessoas. “Mudou a rotina de todo mundo, A gente não tinha muita noção, mas quando passa a conviver, o gato é tão apegado quanto um cachorro, eles querem estar o tempo todo contigo, quer atenção só pra ele”, relata a jovem.

Com as mudanças na rotina para que a vida dos gatos seja o máximo confortável possível, vem a necessidade de ter um médico veterinário de confiança. Victória conta que acha essa medida fundamental para prolongar a vida dos pets. “Qualquer dúvida que a gente tenha ou qualquer coisa que aconteça com o gato, a gente corre para falar com o veterinário, porque o bicho não vai falar se está com dor. Então, tem que prestar atenção no que eles estão sentindo, se estão gostando da ração, se estão tomando água ou se estão estressados”.

image Victória Gomes é uma das catovers do Pará e cuida de dois pets (Márcio Nagano/O Liberal)

O comportamento é analisado o tempo todo. Para a estudante, todo cuidado com a saúde é pouco. “Temos que ser melhores amigos do veterinário. Quando a gente vê outros comportamentos, temos que questionar, podemos pensar as vezes que é normal, mas não é. O gato é mais suscetível a doeças”, afirma.

A família de Victória é apaixonada pelos gatos. O que antes causava dúvida, hoje é motivo de felicidade. “Todos são apaixonados, gostam muito, cada um tem o seu. Mantemos uma rotina de sono com eles, de alimentação em horários específicos e tudo”.

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Perfil dos catlovers do Norte do Brasil:

→ 56,8% dos tutores possuem apenas um gato;
→ 45,5% dividem a responsabilidade dos cuidados com o pet com mais de uma pessoa;
→ 15% compartilham os cuidados com quatro ou mais pessoas.

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