Pode dar osso para cachorro? Veja o que diz sobre o assunto uma doutora em medicina veterinária
Segundo Luiza Cervenka Assis, os ossos são permitidos sim, contanto que sob supervisão e orientação; ossos de couro e ossos de galinha cozinhos são 'terminantemente proibidos'
Com o aumento no número de tutores de animais domésticos, muitas dúvidas surgem, entre elas, a prática de dar ossos aos cães. É perigoso dar osso para o animal? Qual o melhor tipo de osso? Essa e outras perguntas foram respondidas pela bióloga com mestrado em comportamento animal e doutora em veterinária, Luiza Cervenka de Assis, na coluna 'Comportamento Animal', do Estadão.
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Segundo a bióloga, existem infinitos tipos de ossos que podem ser oferecidos aos cães, mas apenas dois que são “terminantemente proibidos": são eles os ossos de couro (aqueles com um nó na ponta) e os ossos de galinha cozidos, que podem quebrar e formar pontas. Os outros tipos devem ser dados sob supervisão e orientação.
Tipos de ossos que podem ser dados aos cães
- Naturais: podem ser pegos diretamente no açougue. Devem ser congelados durante 72 horas, para eliminar a possibilidade de conter parasitas. O tamanho depende do tamanho do cachorro, nunca sendo pequeno o suficiente para ele engolir.
- Defumado: Comprados com facilidade no pet shop. Luiza explica que não é a melhor opção, mas é boa para emergências.
- Nylon: Esse osso é para cães com potencial bucal avançado e que não podem ingerir calorias. Apesar de durar muito, não deve ser a única opção dos cães.
- Desidratado: Pescoço e pata de aves desidratados têm se tornado opção de petisco para cães, mas cuidado, a relação osso/boca também vale para esse tipo de osso.
- Corda: é uma ótima opção para cabo de guerra, mas não deve ser roído pelo cão, os fiapos podem se soltar e ficar presos nos dentes do animal, ou até mesmo serem engolidos.
- Pelúcia: Segundo a bióloga, esse tipo de osso não agrada os cães, e sim os tutores. Se for para dar algo útil para o peludo, vá direto no osso de verdade. “A pelúcia só vai ficar explodindo recheio por aí, sem função nenhuma”.
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Ossos estimulam o comportamento natural do cão
Ela explica que apesar de muitos veterinários serem contra, a prática ajuda a entreter o cão e dar foco ao animal. Ela relata o caso de “uma cachorra que odiava receber visitas. Mas se desse um fêmur congelado para ela, podia fazer a festa que fosse, que ela nem ligava”. Ela estimula os tutores de cachorros a serem criativos na hora de dar ossos aos pets:
“A criatividade é o limite para inventar formas de dar o osso delicioso. Nada de dar direto na boca. Vamos aproveitar para trabalhar o olfato e a cognição do cão. Que tal esconder e estimular um caça ao tesouro? E se pendurarmos em algum local para ele ter que pular para pegar? Podemos esconder dentro de uma caixa cheia de outros objetos. Possibilidades não faltam”.
A doutora em medicina veterinária também explica que existem outras formas de entreter o cão. A novidade fará com que os animais se entretenham e esqueçam de sandálias, plantas, mesas, etc. “Oferecer enriquecimento ambiental é fundamental para uma boa qualidade de vida, já que estamos estimulando um comportamento natural do cão: roer”, finalizou Luiza.
(Estagiário Gabriel Mansur, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)
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