Veja 8 curiosidades sobre arraias e como evitar acidentes

Pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA) Luciano Montag listou algumas curiosidades deste animal presente na fauna amazônica

Vito Gemaque
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O resgate de uma arraia em uma praia de Salinas viralizou nas redes sociais nesta segunda-feira (1) e chamou a atenção pelo porte. As arraias, ou simplesmente raias, tem a maioria das espécies ameaçadas de extinção. Apesar de vários acidentes nos rios da região amazônica, os animais são inofensivos se não forem perturbados.

Veja algumas curiosidades destes animais de acordo com o biólogo, pesquisador e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Luciano Montag, doutor em zoologia, do Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPA.

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1- Ferrão (espinhos) de arraias podem medir de 15 a 20 centímetros 

Os conhecidos ‘ferrões’ das arraias na verdade são espinhos localizados na cauda do animal. Eles variam de 15 a 20 centímetros dependendo do tamanho do animal e da espécie. “A principal defesa de algumas arraias são os espinhos que se encontram na cauda. As principais arraias, com que ocorrem acidentes, são as de água doce”, destaca.

Os espinhos podem quebrar e se regenerar. As arraias utilizam essa defesa quando uma pessoa pisa no animal ao entrar na água dos rios. Uma dica é entrar na água arrastando o pé para evitar acidentes. “Geralmente, os acidentes com os espinhos são no tornozelo e perto da canela. Ela [raia] não vai estar nadando e vem acertar o espinho em você. É quando você pisa nela ou tenta manuseá-la de alguma forma. Ela vai levantar a cauda e enfiar o espinho para se defender”, explica. 

2- Arraias de água doce e água salgada são diferentes

As arraias têm diferentes espécies. Esses animais podem medir de 30 a 40 centímetros de diâmetro. Diferentemente do que muitas pessoas imaginam, as arraias de água doce não são iguais as que habitam a água salgada. Há apenas uma família das arraias de água doce que são chamadas de Potamotrygonidae. A maioria das de água doce possuem espinhos.

Já entre aquelas de água salgada, apenas algumas espécies possuem espinhos. Outra diferença é que as arraias de água salgada geralmente não ficam nas margens das praias, preferindo ambientes de águas mais profundas. “Algumas raias marinhas têm espinhos, mas são difíceis de virem para a praia”, destaca o pesquisador. 

3- Toxina dos espinhos pode gerar infecção

As pessoas feridas pelas raias podem desenvolver uma infecção no lugar atingido devido uma toxina presente nos espinhos. Todas as arraias de água doce possuem apenas um tipo de toxina. Os espinhos parecem com serras dos dois lados, por isso quando um acidente ocorre a pessoa ferida tem a pele rasgada pelo animal. 

4- Urina e café em ferimento de arraia podem agravar ferida

Um saber popular muito difundido diz que ao ser ferido por arraia, uma das medidas é jogar urina ou café no local. Essa ação não deve ser feita. Ela pode inclusive agravar a ferida. “As pessoas falam em jogar urina ou café. Nada disso deve ser feito”, alerta o pesquisador. Jogar urina ou café levará microorganismos e sujeira para a ferida.

5- Ferimento de arraia deve ser lavado imediatamente com água e sabão

A medida correta ao ser ferido pelos espinhos de uma arraia é levar o local do ferimento com água corrente e sabão. Em seguida, ir com urgência para um posto médico. Dependendo da profundida da ferida pode ser necessário colocar um dreno para evitar a infecção. Essas medidas evitam que a infecção piore e possa resultar em um necrose do membro atingido. 

6- Cuidado redobrado nas praias com lamas

As raias se alimentam de pequenos moluscos, crustáceos, camarão, caranguejos, conchas e peixes. Em busca de alimentos, elas se enterram no solo. A maioria dos acidentes ocorrem nas praias de água doce, quando a maré está baixa e a praia tem o solo de lama. Elas ficam enterradas na lama caçando outros animais para comer. Por isso, é recomendável que se evite tomar banho em praias com lama.

“Podem ocorrer [acidentes] na areia, mas não é comum, porque elas ficam se raspando no chão e a areia causa uma certa agonia ao animal. Elas ficam mais na lama que é onde mais se deve tomar cuidado”, enfatiza o pesquisador.

7- Arraias e tubarões são parentes

Tubarões e arraias são animais parentes pertencentes ao grupo dos peixes cartilaginosos (Classe Chondrichthyes). Junto deles também estão as quimeras. As arraias são peixes pertencentes à subclasse Elasmobranchii, presentes em regiões oceânicas tropicais, subtropicais e temperadas.

8- Respeite os animais; arraias estão ameaçadas de extinção

As arraias e tubarões são animais ameaçados de extinção, devido a ação humana. Por causa disso, é importante preservá-los. Uma das orientações mais importantes é respeitar sempre o espaço dos animais no habitat natural. “Todos os animais devem ter seu espaço respeitado, devemos lembrar que as praias ‘são’ as casas delas. Não devemos incomodá-los e nem avançar na direção deles”, declara Montag.

“A gente mata muito mais esses bichos do que eles causam acidentes com a gente. Temos que cuidar para preservar, manter um certo respeito e distância. Esses animais merecem ser preservados”, ensina o professor.

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