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UFRA tem único cursinho gratuito que prepara alunos surdos para o vestibular

Aprovadas em duas universidades públicas são exemplos de determinação

Vanessa Van Rooijen
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Acessibilidade. Esta é a palavra chave que permite às pessoas com deficiência conquistarem seus espaços - por direito - e mostrarem que são capazes de fazer tudo.
 
Ana Paula Resque é um exemplo de determinação e resiliência. Ela só precisava de apoio para alcançar o sonho de conquistar uma vaga no curso dos sonhos. Uma foto publicada no perfil de Antônio Cavalcante mostra a caloura comemorando. O post já ultrapassou 109 compartilhamentos.

Aprovada na Universidade Federal do Pará (UFPA) para o curso de Letras, e na Universidade Estadual do Pará (Uepa) em Pedagogia, a caloura se preparou para o Exame Nacional do Ensino Médio por meio do cursinho bilíngue do Enem, promovido pela Universidade Federal Rural do Pará (UFRA). A instituição sedia um dos polos do Núcleo de Educação online do Instituto Nacional de Educação de Surdos. 
 
O cursinho tem um grande diferencial: é voltado apenas para estudantes surdos. Além de Ana Paula, outros três alunos comemoraram aprovação. As aulas são gratuitas e os discentes contam com o apoio de intérpretes e professores que ensinam por meio da Linguagem Brasileira de Sinais. As inscrições para a nova turma estão previstas para iniciarem em meados de fevereiro. Além do cursinho, o projeto Ama Libras oferece oficinas e atividades de capacitação de forma gratuita. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (91) 98811-5555.
 
A professora Andrea Miranda, coordenadora dos projetos Acessar e Ama Libras, aos quais o cursinho está vinculado, afirma que o principal objetivo das atividades é disseminar a acessibilidade. "Preparamos as pessoas surdas para a prova do Enem porque acreditamos que eles são capazes de vencer", afirma.
 
SONHAR É PRECISO 
 
Outra história de determinação é a de Paula Ribeiro. A jovem de 22 anos, deficiente visual total, conquistou a aprovação em duas universidades públicas: a UFPA e a UEPA, nos cursos de Letras e Pedagogia, respectivamente. 
 
A estudante se diz vitoriosa. "Eu não gosto do termo superação, pois sugere que as pessoas tem sentença de fracasso. Eu digo que tenho resistência e determinação. Resistência contra a falta de acessibilidade e determinação para conquistar meu objetivos". afirma. 

Paula, que mora em Vigia, se preparou para o Enem por meio de um cursinho gratuito, desenvolvido por professores voluntários, e afrima que isso foi essencial para sua vitória. "É indiscutível que deveria haver acessibilidade para todos que de alguma forma tem desvantagens sociais", afirma a caloura, sobre a falta de acessibilidade em todas as esferas. 
 
Para Brenda Lima, professora voluntária de Paula, a aluna é, sim, um símbolo de resistência contra um sistema educacional segregador. A preparação dela não foi tão fácil, haja vista que a escola não oferecia condições essenciais para os professores ministrarem as aulas e conteúdos exigidos para o Enem, com uma estudante cega. Mas ela sempre foi muito dedicada, chegava em sala e assistia às aulas sempre muito atenta", conta.
 
Embora a existência das dificuldades, a professora afirma que apoio nunca faltou. "Em sala de aula ela sempre pôde contar com os coordenadores do cursinho, professores e amigos, que a ajudavam como podiam", diz.
 
Quatro aprovados na UEPA são oriundos de cursinho para surdos
 
 
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