Uepa e Ufopa adiaram listões, Ufra e Unifesspa ainda decidem

Após adiamento da UFPA frente a ações na Justiça contra Enem e Sisu, Uepa e Ufopa optam por adiar divulgação do resultado de seus processos seletivos

Redação Integrada

A Universidade do Estado do Pará (Uepa) e a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) divulgaram nota na tarde desta segunda-feira (27) suspendendo a divulgação dos listões de aprovados em seus respectivos processos seletivos.

A Uepa foi a primeira a comunicar que, diante da ocorrência de dados inconsistentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), solicitou o reenvio das notas dos inscritos no Processo Seletivo 2020 da Instituição, após as correções. Entretanto, em função do contexto atual e para que não haja prejuízos aos candidatos, decidiu pelo adiamento da divulgação do resultado do Prosel, marcado inicialmente para esta terça-feira (29), até que se resolva a questão em nível federal.

Preventivamente, a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) também informou aos candidatos inscritos no Processo Seletivo Regular (PSR/2020) que a divulgação dos resultados, prevista até então para amanhã (28), está suspensa.

A Ufopa esclareceu que está acompanhando com cautela as últimas decisões judiciais que determinaram a suspensão do resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) que classifica candidatos aos cursos de graduação de universidades públicas brasileiras e que toma como referência a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Assim que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) divulgar o resultado do SISU a Ufopa divulgará o resultado do PSR 2020.

Com isso, as duas instituições acompanham o posicionamento adotado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), que comunicou ainda na noite do último domingo (26) a suspensão da divulgação do resultado do Processo Seletivo 2020 programada para esta terça.

Ufra ainda aguarda definições

A Assessoria de Comunicação da Universidade Federal Rural do Pará (Ufra) acenou com a possibilidade de também emitir nota oficial nesta segunda, mas ainda não se posicionou definitivamente até o momento, assim como a Unifesspa e o IFPA. 

No fim da tarde, a Ufra emitiu um comunicado onde ressalta mais uma vez que aguarda o MEC. Veja a íntegra:

"A Universidade Federal Rural da Amazônia, através da DIGEPS/PROEN, esclarece que a instituição oferta 100% das vagas para alunos ingressantes através do Sistema de Seleção Unificada - SISU. Portanto, segue no aguardo de informações do INEP/MEC para divulgação da lista de aprovados, considerando que o calendário de matrícula obedece o previsto em Edital do SISU. A Universidade reafirma o compromisso com a transparência do Processo Seletivo 2020".

Crise no MEC impacta em instituições de todo o País 

Por suspeitas de erros nas notas, o judiciário paulista suspendeu a divulgação do resultado do Sistema de Seleção Unificado (Sisu), que estava previsto para esta terça (28). Na mesma decisão liminar (temporária e sujeita a revogação), havia a exigência de uma completa auditoria nas notas do Enem, com garantia de que não haveria mais erros.

Recomendações e ações semelhantes foram movidas pelo Ministério Público Federal (MPF), em vários estados do país. A Advocacia Geral da União (AGU) recorreu da decisão paulista e garante que está tudo bem.

No Pará, a UFPA fez um processo seletivo interno, com base nas notas do Enem, mas não usa o Sisu. A Uepa também promoveu um processo próprio, baseado em exame sem vagas no Sisu, com resultado previsto para a quarta-feira (29). A Ufra, o IFPA, a Ufopa e a Unifesspa colocaram todas as vagas no sistema nacional.

A Ufra está ofertando 2.190 vagas por meio de seu processo seletivo, enquanto a Unifesspa disponibiliza 1.450 vagas, a Ufopa 1.307 e o IFPA, 776. Em processo seletivo próprio, a Uepa ofertou 3.656 vagas, já a UFPA abriu outras 7.143, sendo 3.449 disputadas pela ampla concorrência, 3.503 pelo sistema de cotas e 191 vagas extras, ofertadas exclusivamente para pessoas com deficiência (PcD).

Essa demora já pode atrapalhar os cronogramas letivos das universidades e institutos, e também programas ligados ao apoio à educação superior, como ProUni e Fies. Historicamente, muitas universidades reclamam dos prazos apertados do Sisu. Após experiências, algumas instituições já desistiram de usar o sistema.

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