Sectet forma primeira turma de técnicos de manutenção em aeronave do Pará
Iniciativa tem a parceria da Escola Paraense de Aviação Civil
Numa emocionante noite para formandos, familiares e gestores, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), entregou o certificado de conclusão de curso para 45 novos técnicos em manutenção de aeronaves, um curso pioneiro no Estado, realizado em parceria com a Escola Paraense de Aviação Civil (EPAC).
A cerimônia de formatura com a entrega dos certificados aconteceu na noite da última quinta-feira (12), no auditório da Escola de Ensino Técnico do Pará Anísio Teixeira, em Belém. Participaram diretores e representantes de linhas aéreas do Brasil.
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De acordo com a Sectet, o curso tem duração de dois anos e meio, o equivalente a mais de 2.400 horas de aulas entre teoria e prática, e foi estruturado em quatro módulos. O primeiro com duração de seis meses.
Já o segundo módulo é ofertado para as três especializações oferecidas: Grupo Moto Propulsor (GMP), onde se formam especialistas em motores e hélice e o terceiro, prepara os alunos para se tornarem mecânicos especializados em estruturas de aeronaves, trem de pouso e diversas especialidades em equipamentos de teste, incluindo física em estruturas e asas.
O quarto módulo, que representa a conclusão do curso, é voltado para a especialização em aviônico, que certifica os mecânicos em equipamentos elétricos e eletrônicos, como radar meteorológico, equipamentos de navegação aérea e computadores de bordo, além de oferecer treinamento em equipamentos de bancada para teste, como instrumentos de voo.
Uma jornada nada fácil, segundo Marcus Vinicius, formando do curso que já trabalhava no Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) como operador aerotático, agora, com o diploma de técnico de manutenção em aeronaves, ele poderá desempenhar funções com ainda mais responsabilidades.
“Foi muito tempo dedicado, muita noite dedicada, não era fácil a gente passar o dia trabalhando e a noite ter que estudar um curso que não é tão simples, ser mecânico hoje é uma responsabilidade muito grande, você acaba tendo a vida de pessoas na sua mão. Então você tem que ter esse compromisso, essa responsabilidade de manter corretamente, de estudar, se dedicar e poder proporcionar um bom trabalho”. Ressalta Marcus.
Paulo Sérgio Rodrigues, diretor da EPAC, escola com 17 anos de atuação em Belém, explicou um pouco sobre a trajetória do curso e os conteúdos abordados durante as aulas. “Esse curso surgiu com um convênio da escola e da Sectet por uma falta de mão de obra qualificada. O mercado das empresas áreas, não só no Pará, mas na Região Sul e Sudeste, exige hoje um técnico em manutenção", disse ele.
"Então, nós o homologamos através da ANAC e demos entrada no curso e iniciamos a turma por meio do convênio. O aluno entra aqui num nível de segundo grau, a partir dos 18 anos, e fará dois anos e meio de curso técnico. O curso se divide em módulo básico, após concluírem o curso, eles serão certificados como técnicos em manutenção. Temos um convênio de estágio com o Graesp. O aluno sai daqui e vê a parte prática no Graesp, ou seja, acompanhará a manutenção de helicóptero e avião. O curso inclusive cogita essa mão de obra para o estado. Outra cogitação são as companhias de linhas aéreas nacionais que já estão sabendo e vão querer fazer a seleção dos melhores. Esse é um resultado muito bom para o nosso estado, com uma mão de obra bem qualificada, com um critério bem rigoroso para colocar esses alunos no mercado de trabalho.”
A Escola Paraense de Aviação Civil já formou cerca de 470 alunos, esta é a primeira turma formada em parceria com o Governo do Estado, para Washington Berg, diretor de educação superior, profissional e tecnológica da Sectet, um progresso significativo para o mercado local.
“Isso significa um avanço muito grande, não só para Belém, mas para o estado do Pará, onde nós estamos formando profissionais aptos ao mercado de trabalho, inclusive, a secretaria tem sido procurada constantemente por várias linhas aéreas, que buscam esse profissional. Então, aqui o estado do Pará, ele precisa, ele necessita dessa mão de obra e a Secretaria de Ciência e Tecnologia, mais uma vez, está fazendo uma parceria muito importante que está trazendo um retorno, assim, imediato tanto para o mercado de trabalho como para esses profissionais que precisam realmente da sua qualificação e a inserção no mundo do trabalho. Somos pioneiros no curso, a ANAC reconhece isso e por isso nós temos aí um objetivo de expandir”.
Mônica Ferreira representa os 11% da turma composta por mulheres, um número aparentemente inexpressivo, mas que é, na verdade, de uma grandiosa representatividade. “O curso todo foi um desafio, porque a priori a gente pensa que não é pra gente, mulheres, mas ao longo do curso percebe que tem a possibilidade de sermos inseridas no mercado também, um mercado que ainda é muito masculino, mas que, com a ajuda da tecnologia, já está se modificando, as aeronaves começam a ter instrumentos cada vez mais digitais e o trabalho braçal cada vez menos requerido”.
De acordo com Paulo Sergio Rodrigues, boa parte da turma já está com propostas de emprego ofertadas por linhas aéreas brasileiras e deve ser absorvida pelo mercado de trabalho muito em breve.
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