Santa Casa do Pará investe em equipamentos para aperfeiçoar serviços e garantir energia limpa

Só até novembro de 2024, milhares de mulheres foram atendidas na Urgência e Emergência Obstétrica (UEO)

Agência Pará

A centenária Santa Casa do Pará, uma das maiores maternidades do Norte do Brasil, recebeu do governo do Estado neste ano quase R$ 17 milhões em equipamentos, que modernizam e aperfeiçoam o atendimento oferecido a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Só até novembro de 2024, milhares de mulheres foram atendidas na Urgência e Emergência Obstétrica (UEO), além dos partos normais e cesáreos. O investimento representa segurança a quem busca os serviços de saúde da instituição, que tem mais de 370 anos de funcionamento em Belém.

O volume de recursos para aquisição de equipamentos chegou a R$ 16,9 milhões, incluindo autoclaves horizontais (essencial para esterilização de materiais e instrumentos); monitores multiparamétricos de transporte, 30 monitores multiparamétricos para UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 31 monitores multiparamétricos para UTI Neonatal, além de um sistema de placas solares, que reforça na unidade de saúde o conceito de sustentabilidade, com o aproveitamento de energia limpa.

O Estado adquiriu também equipamentos que fazem a leitura dos sinais vitais do paciente, indicando à equipe médica, em tempo real, a condição do paciente, por meio de informações na tela e alarmes visuais e sonoros.

Processo contínuo 

Maurício da Silva, engenheiro clínico da Santa Casa, ressalta o aumento dos recursos investidos em equipamentos. “Estamos em um processo contínuo de renovação do nosso parque tecnológico, buscando não apenas atualizar os equipamentos, mas também incorporar as melhores tecnologias e inovações disponíveis no mercado. Além disso, em 2024 realizamos investimentos significativos na área de pesquisa, com o objetivo de fortalecer ainda mais nossas capacidades e avançar na excelência dos serviços”, informa.

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Ainda segundo Maurício da Silva, “a equipe de engenharia clínica desempenha um papel fundamental na manutenção e viabilização funcional dos equipamentos médicos dentro de um hospital, garantindo que esses dispositivos estejam sempre em condições adequadas de operação para oferecer cuidados de saúde de qualidade. Os principais aspectos dessa função incluem manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos, gestão de riscos e segurança, garantia da conformidade regulatória, treinamento e suporte técnico, gestão de inventário e controle de qualidade, monitoramento de desempenho e análise de falhas”.

Reinaldo da Silva Ferreira, fisioterapeuta que gerencia o Núcleo Biopsicossocial da Fundação Santa Casa, conta que o trabalho no ambiente hospitalar acompanha os avanços tecnológicos e científicos na área da saúde. “Equipamentos modernos, como ventiladores mecânicos e dispositivos de monitoração respiratória e técnicas, com ventilação não invasiva e mobilização precoce, permitem uma intervenção mais eficaz, resultando em recuperação mais rápida e redução do tempo de internação do paciente”, explica o fisioterapeuta.

Compromisso

A médica intensivista Mary Cohen ressalta que as UTIs, entre elas a São Damião, têm estrutura diferenciada e equipamentos modernos. Essa condição, associada à alta qualificação e ao compromisso da equipe multiprofissional, reforçam a qualidade do atendimento. “Sendo assim, o cuidado direcionado para este paciente reflete no sucesso do tratamento ou na condução mais humanizada possível, dentro da ética e dos princípios preconizados pelo SUS”, frisa Mary Cohen.

A importância de uma equipe multidisciplinar cujas especialidades enfatizam o plano terapêutico elaborado para cada paciente foi ressaltada pela enfermeira intensivista Sandra Barbosa, que atua na Santa Casa desde 2019, e atualmente é responsável técnica pela UTI. Segundo ela, “hoje a UTI já está mais estruturada, humanizada, trabalhando o plano terapêutico junto com o familiar”.

Walda Valente, diretora de Planejamento, Orçamento e Gestão da Fundação Santa Casa, destaca que os equipamentos de suporte de vida adequados às novas tecnologias de serviços e sistemas “são de suma importância para a utilização dos profissionais que acompanham a modernização do serviço e são treinamentos para a boa aplicabilidade e, fundamentalmente, aos usuários que utilizam o que há de mais moderno e seguro para a qualidade da assistência prestada pela Santa Casa”.

Referência secular 

A Santa Casa do Pará, que iniciou suas atividades em 1650, em Belém, é um dos hospitais mais antigos do Brasil. Em abril de 1990, a instituição foi absorvida pelo governo do Estado, como Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), onde funciona a maior maternidade pública do Pará, que realiza cerca de 750 partos mensais. É referência no atendimento materno-infantil de média e alta complexidade nas áreas de Obstetrícia e Neonatologia.

Desde 1998, a Santa Casa do Pará detém o título de Hospital Amigo da Criança, concedido pelo Ministério da Saúde e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (Unicef). Em 2013, foi certificada como referência estadual de Atenção Humanizada ao Recém-nascido, que é o Método Canguru. Por ser um polo referencial, tem competência técnica para apoiar capacitações nesse modelo de cuidado multidisciplinar.

O presidente da Fundação Santa Casa do Pará, Bruno Carmona, enfatiza o esforço em manter a instituição sempre na vanguarda do atendimento ao qual se destina, incluindo processos, protocolos clínicos e avanços tecnológicos.  “A gente vem conseguindo entregar à população o melhor da medicina e do atendimento em saúde nesta área, além das demais atribuições da instituição. A gestão busca investir em equipamentos para fortalecer a segurança do trabalho profissional e esse atendimento diferenciado aos pacientes”, afirma o gestor.

Pioneirismo

 Neste ano, os investimentos contemplaram também o sistema de geração de energia fotovoltaica, diretamente ligado à sustentabilidade ambiental e redução de custos. A Santa Casa é a primeira instituição do governo do Estado a utilizar esse sistema de energia limpa.

O Hospital foi equipado com 1.200 placas de captação de energia solar. A energia fica armazenada em um conjunto de 100 baterias, garantindo que o complexo esteja abastecido mesmo sem luz solar. “A gente consegue absorver energia para gerar 12 horas de autonomia. Isso alimenta todos os setores – centro cirúrgico, enfermaria e até recepção”, explica Marcelo Frota, engenheiro civil que coordena a área Física e Patrimonial.

Com a mudança da matriz energética, a Santa Casa deixa de gastar cerca de R$ 150 mil por mês. O dinheiro, antes usado para pagar a conta de energia elétrica, agora pode ser investido na modernização e no aperfeiçoamento do complexo hospitalar.

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