Saiba o que é dermatite atópica, doença de pele sem cura

A doença afeta a autoestima e a qualidade de vida, mas tem tratamento

Cinthia Gatti
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O dia 23 de setembro é o Dia Nacional de Conscientização sobre a Dermatite Atópica, doença de pele crônica que costuma se desenvolver geralmente na infância. A doença pode estar ligada à alimentação e ainda ao fator genético. A falta de informação e tratamento leva o indivíduo a ter menos qualidade de vida. O programa Direto da Redação, das redes sociais do Grupo Liberal, entrevistou o médico Fábio Ancona, pediatra e nutrólogo que ele tirou algumas dúvidas sobre a patologia.

A dermatite atópica começa como uma coceira e irritação na pele. Depois passa para a fase inflamatória, na qual aparecem as lesões avermelhadas. Geralmente aparecem nas dobras dos braços, pernas, pescoço e cotovelo. No rosto, é possível notar as irritações e lesões na região dos olhos e dos lábios.

Também chamada de eczema, a dermatite atópica tem uma relação genética. A criança nasce com a pele mais seca e sem uma função de barreira, que é responsável pela proteção. Sendo assim, agentes irritantes têm mais facilidade de atravessarem a camada cutânea e causar inflamação, as dermatites.

Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia informam que 25% das crianças brasileiras nascem com a dermatite atópica. Estima-se ainda que 7% dos adultos sofram com o problema. Fatores genéticos e ambientais têm forte influência sobre a manifestação da doença, “A criança pode nascer com a dermatite atópica, mas a doença pode estar associada à outras, como rinite, asma, bronquite e até mesmo a problemas com a alimentação, como a intolerância à lactose”, explica Fábio Ancona.

Essa doença não tem cura. Porém, de acordo com o especialista, em 70% dos casos a eczema desaparece na adolescência. Não há exame para o diagnóstico. Por isso é necessário a avaliação do médico já nos primeiros sinais da doença. O fundamental é que as famílias estejam atentos aos sintomas nas crianças e busquem tratamento.

“O dia da conscientização é exatamente pra isso. Muitas famílias acreditam se tratar apenas de uma coceira, só procuram o médico quando a doença já está num estágio mais avançado, num processo inflamatório grave”, completa o médico.

Mesmo sendo o fator genético a principal causa para se desenvolver a dermatite atópica, as crises da doença podem ser desencadeadas por fatores diversos, como exposição a suor, pólen, mofo, ácaros ou animais, contato com materiais ásperos ou alguns tipos de tecido, condições ambientais irritantes à pele, fragrâncias ou corantes adicionados a produtos de higiene pessoal ou limpeza geral e até alimentos. A coceira e irritação também pode acentuar por conta de estresse psicológico, o que ocorre principalmente em indivíduos adultos.

Quando a doença permanece na fase adulta, a pessoa precisa aprender a conviver com a dermatite. As feridas e irritações são aparentes e em regiões visíveis do corpo. Isso pode afetar principalmente a auto estima e a qualidade de vida da pessoa. O método mais indicado para tratamento é a hidratação da pele. 

Além do acompanhamento profissional, é necessário manter sempre a pele e corpo hidratado. “É preciso dizer que a doença também está ligada ao sistema imunológico do indivíduo. A pessoa com dermatite atópica, precisa cuidar bem da pele e do organismo, mantendo-se saudável, para amenizar a doença.”, finaliza Fábio.

 

Confira alguns hábitos que o médico Fábio Ancona recomenda evitar:

- Não tomar banho muito quente;

- Banhos devem ser curtos, não mais que 2 ao dia e não usar, ou usar pouco muito sabonete.

- Evitar perfumes e produtos perfumados na pele.

- Substituir o tecido sintético pelo de algodão.

- Em crianças, quando detectado a intolerância à lactose, suspender todos os alimentos derivados do leite.

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