Retirada de produtos tóxicos do rio Tocantins será feita em abril
Ibama explica dificuldades na operação devido ao aumento da vazão do rio causado por abertura de comportas de usina hidrelétrica
A Agência Brasil divulgou que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que a retirada das bombonas de agrotóxicos que caíram no rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek na BR-226, está prevista para o final de abril. O acidente, ocorrido entre as cidades de Estreito (Maranhão) e Aguiarnópolis (Tocantins), envolveu duas carretas com ácido sulfúrico e uma com agrotóxicos, que afundaram a mais de 40 metros de profundidade.
De acordo com o Ibama, a operação foi suspensa temporariamente devido ao aumento do volume da vazão do rio, causado pela abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE), administrada pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste). Esse aumento inviabiliza os mergulhos necessários para o resgate do material.
Dificuldades na Operação
O órgão ambiental informou que a profundidade do rio, a correnteza e a baixa visibilidade exigem condições específicas para os mergulhos. Segundo o Ibama, seriam necessários 145 dias de trabalho subaquático, conforme o plano da empresa Port Ship, contratada para realizar a retirada.
Entre os produtos químicos que caíram no rio estão 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de agrotóxicos, como Carnadine, Pique 240SL e Tractor. Até o momento, 29 bombonas de 20 litros já foram retiradas, mas os trabalhos foram interrompidos no início de janeiro devido ao aumento da vazão da água.
Riscos de Deslocamento
Com a correnteza mais forte, o Ibama alertou para o risco de deslocamento das bombonas para áreas mais distantes do local do acidente, o que pode ampliar os impactos ambientais. Foi solicitado ao Consórcio Estreito Energia um planejamento de controle da vazão para permitir novas operações de mergulho no período seco, quando o rio atinge condições adequadas.
Tragédia e Buscas
O colapso da ponte, ocorrido no dia 22 de dezembro de 2024, resultou na queda de veículos e 18 pessoas no rio. Até agora, 14 corpos foram localizados, e as buscas continuam para encontrar as três pessoas ainda desaparecidas: Salmon Alves Santos, de 65 anos, Felipe Giuvannuci Ribeiro, de 10 anos, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos.
As operações de busca e resgate, realizadas com drones e embarcações, enfrentam os mesmos desafios impostos pela vazão do rio. O desabamento da ponte trouxe uma série de consequências ambientais e humanas, demandando ações urgentes para minimizar os danos causados pelo acidente.
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