Pulmão: 95% dos casos do câncer que matou Rita Lee são diagnosticados tardiamente no Pará
De acordo com a oncologista Gracilene Souza, do Hospital Ophir Loyola, os tumores detectados tardiamente têm as maiores taxas de mortalidade; saiba como prevenir, quais os sintomas e fatores de risco
O câncer de pulmão tem índice de 95% de diagnóstico tardio no Pará. O número é maior do que a média brasileira, de 86,2%. A doença é a mesma que a rockstar Rita Lee, falecida na última segunda-feira (8), tratava desde 2021. De acordo com a oncologista Gracilene Souza, do Hospital Ophir Loyola, os tumores detectados tardiamente têm as maiores taxas de mortalidade.
“Esses números são extremamente preocupantes, considerando que o câncer de pulmão é o que tem maiores índices de mortalidade no mundo e as chances de cura estão diretamente relacionadas ao estágio em que a doença é descoberta”, alerta a médica.
O câncer de pulmão é o quarto tipo de tumor maligno mais frequente no país, sem considerar os tumores de pele não melanoma, com diagnóstico mais incidente em pacientes maiores de 50 anos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 é de que ocorrerão 32.560 mil casos novos de câncer de pulmão no Brasil. Desde 1985, o câncer de pulmão é considerado o mais mortal no mundo. Anualmente, cerca de 30 mil pessoas morrem de câncer de pulmão no Brasil. 85% dos casos estão associados ao consumo de derivados de tabaco.
Diante do cenário, a atenção aos "alertas" do corpo, como rouquidão, sangramento pelas vias respiratórias, dor no peito e dificuldades para respirar devem ser analisados. “As pessoas devem ficar atentas. Ainda que estes sintomas não significam câncer de pulmão, necessariamente, é imprescindível ter uma orientação médica, para, se for o caso, investigar melhor", orienta a oncologista.
O comerciante paraense Geraldo Carvalho Jr., de 71 anos, em tratamento contra a doença desde setembro do ano passado, conta que ainda “sonha” com cigarros, mas abandonou o vício. Ele descobriu a doença em setembro de 2022 após realizar tratamento para a perda de voz que teve após contrair a covid-19. “O tumor já era bem grande, quase nove centímetros, e havia nódulos na clavícula e na glândula suprarrenal. Os médicos avaliaram que não era possível operar, então comecei a fazer radioterapia imediatamente”, lembra.
Foram cinco sessões de radioterapia, seguidas de imunoterapia. O tratamento já reduziu em mais de 50% o tamanho do tumor. “Embora eu trate uma doença grave, me sinto melhor e com mais saúde do que antes. Até o ano passado, qualquer atividade me deixava cansado, agora consigo fazer caminhadas e, se tudo der certo, conseguirei vencer o câncer”, diz o idoso.
Prevenção
- Evitar o tabaco e estar próximo de fumantes (exposição passiva);
- Evitar ambientes com poluição intensa;
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Manter uma alimentação balanceada;
- Evitar a exposição a agentes químicos como urânio, arsênico, cromo, cloreto de vinil
- Dormir bem;
- Cortar ou pelo menos reduzir o consumo de álcool
Sintomas
- Rouquidão persistente;
- Sangramento pelas vias respiratórias;
- Dor no peito;
- Dificuldades para respirar
Fatores de risco
- 85% dos casos estão associados ao consumo de derivados de tabaco;
- 15% dos casos são ligados à poluição do ar e a agentes químicos, outras doenças que atingem o pulmão, fatores genéticos, entre outros
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