Programa de Inclusão Digital é oportunidade para milhares de alunos em Marabá
Mais do que ensinar informática de forma gratuita, o Programa de Inclusão Digital (PID), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), vem abrindo portas alunos que participam ou que já passaram pelos laboratórios.
Mais do que ensinar informática de forma gratuita, o Programa de Inclusão Digital (PID), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), vem abrindo portas e mostrando oportunidades para milhares de alunos que participam ou que já passaram pelos laboratórios onde acontecem as aulas. E cada aluno chega ao PID motivado por uma razão diferente. O aposentado Luiz Antônio da Silva, de 59 anos, por exemplo, soube do PID pela diarista. “Ela fez o curso no ano passado. E, como eu gosto de mexer com computador, mas não tinha quase nenhum conhecimento técnico, eu quis começar o curso. Eu já concluí o nível básico e esse ano já estou na turma avançada. E as aulas são ótimas, têm uma boa didática, eu estou gostando bastante”, explica.
Já para o jovem artista visual Vitor Luz, as aulas da turma avançada são uma oportunidade de potencializar a criação digital das suas obras. “Esse curso de informática avançada integra três softwares que eu já tinha vontade de conhecer melhor, de trabalhar com eles. Porque eu já trabalho com arte visual. Então eu decidi começar o curso para aperfeiçoar a técnica de produção dos meus trabalhos físicos, no papel mesmo, para o meio digital. Vai dar um gás na produção das minhas peças”, revela.
Criado em 2006, por iniciativa de uma professora do curso de graduação em Sistemas de Informação, o PID cresceu e foi institucionalizado pela Universidade. Atualmente, a Unifesspa oferece seis bolsas ao ano, como forma de incentivo para que os alunos da graduação sejam instrutores nas aulas. Entre voluntários e bolsistas, já são 24 instrutores nas turmas do PID. “É um programa que eu aprendi a amar, porque ajuda muitas pessoas e eu percebo que muita coisa em mim mudou. Desde que entrei no PID, até a minha visão sobre a docência virou outra. Eu venho de família de professores e nunca me imaginei lecionando, mas aqui eu tenho a oportunidade de repassar o meu conhecimento para outras pessoas e isso é muito gratificante”, afirma o instrutor Atos dos Santos, aluno de Engenharia Elétrica da Unifesspa.
O sucesso do programa foi tanto que as aulas saíram de duas turmas por ano, com cerca de 18 alunos cada, para 229 alunos divididos em oito turmas simultâneas. Para o professor Rangel Filho Teixeira, coordenador do PID, o que mais chama a atenção é que o curso vem alcançado a parcela mais carente da população. Um questionário socioeconômico que é aplicado sempre ao final de cada etapa do curso dá um retrato desse público.
“Em 2022, por exemplo, nós observamos que 75% dos nossos alunos afirmaram ter renda familiar de até dois salários mínimos. Isso dá uma ideia de qual público tem sido alcançado pelo programa”, conta. “Outro fato interessante é que 70% dos alunos são mulheres. Já em relação à faixa etária, nós colocamos um piso de 15 para ingressar nas aulas, mas não tem idade máxima. Então, nesse questionário, a gente verifica que há também alunos de até 55, 60 anos. Todos na mesma turma, aprendendo juntos”, conclui o professor.
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