Profissionais de educação de Ananindeua fazem paralisação pedindo melhores condições de trabalho
Uma grande mobilização acontece na frente da sede da Prefeitura de Ananindeua nesta terça-feira (8)
Os professores e demais profissionais da educação da rede municipal de ensino de Ananindeua iniciaram uma paralisação na manhã desta terça-feira (8/4). Os profissionais relatam que o ato é em busca de melhores condições de trabalho e reajustes salariais. A mobilização começou 9h, em frente à sede da Prefeitura de Ananindeua.
Conforme os profissionais, inicialmente a paralisação deve ocorrer somente nesta terça-feira, em um ato para chamar atenção a causa dos educadores. No entanto, conforme as negociações realizadas com o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, há possibilidade de que o ato seja estendido aos próximos dias. A expectativa é que representantes dos profissionais de educação sejam recebidos para uma reunião ainda durante a manhã.
A manifestação dos educadores também denuncia a precariedade das condições de trabalho, a ausência de concurso público e a retirada de direitos como a gratificação de nível superior. Eles também exigem a criação de um Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) unificado.
Segundo a categoria, o ato foi decidido em Assembleia Geral realizada no último domingo (6). Na reunião, a categoria rejeitou a proposta de reajuste salarial apresentada pelo prefeito Daniel Santos, que seria de 1,38%.
Conforme a professora Gady Mabel, coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Pará (Sintepp) – Subsede Ananindeua, os profissionais exigem que a porcentagem de aumento salarial seja maior.
“Iniciamos aí com uma pauta bastante extensa que vai desde reajustes salariais a condições de trabalho. A nossa categoria tem exigido 40% acima do piso nacional. Porém, na última mesa de negociação, o prefeito Daniel Santos trouxe apenas 1,38%, o que, para nossa categoria, não atende nada às nossas necessidades. Ontem, ele nos chamou novamente, em uma manobra que penso ser para desmobilizar a categoria, e nos ofereceu mais 1,73%. Mas esse pagamento será realizado somente a partir do mês de agosto, sem retroativo no primeiro percentual”, relata.
Ainda segundo Gady Mabel, os professores dentro das salas de aula têm passado por diversas situações difíceis nas instituições de ensino públicas de Ananindeua. “Vai desde a falta de acompanhante de alunos PCDs e auxiliares de classe. Salas superlotadas e o professor sofre diversos tipos de violência: verbal, violência física, violência institucional também. O professor está em uma sala de aula com quarenta alunos, com uma infraestrutura inadequada; às vezes falta carteiras, salas com altas temperaturas. É cobrada uma excelência pedagógica sem dar o mínimo de condição. Então isso é uma forma de violência institucional também. Tudo isso prejudica os trabalhadores e também os alunos”, explica.
Reinvindicações
Confira as principais pautas da categoria:
• Reajuste salarial de 40% acima do piso nacional;
• Retomada da gratificação de nível superior, retirada pela atual gestão;
• Implantação de um PCCR unificado que contemple todos os profissionais da educação;
• Realização de concurso público para substituir contratos temporários;
• Melhoria na infraestrutura das escolas (salas adequadas, ventilação, estrutura física);
• Redução da superlotação de turmas;
• Contratação de auxiliares de turma, especialmente na Educação Infantil;
• Presença de acompanhantes para alunos com deficiência (PCDs);
• Contratação de merendeiras e profissionais de serviços gerais;
• Fim do desvio de função nas escolas;
• Condições dignas de trabalho para garantir a saúde física e mental dos profissionais.
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