Presidente da Associação de Mulheres na Agricultura Familiar fala sobre desafios do pequeno produtor
São trabalhadores que cuidam e fornecem, através de muito trabalho, boa parte do alimento que abastece não só Ananindeua, mas toda região metropolitana de Belém
Dona Diomar, ou simplesmente ‘Cibita da Agricultura’, é a atual presidente da Associação de Mulheres da Agricultura Familiar em Ananindeua. Poucos sabem, mas 40% do território do segundo maior município do Pará é formado por áreas rurais. São trabalhadores como Diomar Souza que cuidam e fornecem, através de muito trabalho, boa parte do alimento que abastece não só Ananindeua, mas toda região metropolitana de Belém. E boa parte dessa força de trabalho é composto de mulheres. Foi através dessa observação que Diomar, que é agricultora há mais de três décadas, conseguiu unir as mulheres do campo na Associação de Mulheres da Agricultora Familiar de Ananindeua, onde exerce a presidência. Os produtos produzidos pelas agricultoras de vários bairros são alimentos orgânicos, sem uso de agrotóxicos sintéticos, transgênicos ou fertilizantes químicos, garantindo a saúde do agricultor e do consumir que leva à sua mesa alimentos saudáveis e de qualidade, além de preservar também o meio ambiente. A seguir você confere uma entrevista da presidente ao O Liberal Ananindeua:
Quase metade do território de Ananindeua é formado por áreas rurais. Esse pontencial está sendo aproveitado?
R.: Não está sendo aproveitado por falta de apoio das pessoas, que não tem um olhar humanizado para o pequeno agricultor que hoje são 80% das famílias em nosso território. Mas estamos tendo um apoio da prefeitura de Ananindeua por meio do Varejão Móvel, onde vendemos nossos produtos aos sábados e já nos ajuda bastante. Já não perdemos tanto produtos como perdíamos antes dessa iniciativa da prefeitura.
O que precisa ser feito para potencializar a produção dessa grande área rural da cidade?
R. : Com certeza temos que ter o apoio dos órgãos competentes para que dentro da realidade de cada família seja feita um trabalho, para que nós possamos ter um desenvolvimento em um ritmo melhor. A iniciativa da prefeitura nos ajuda, mas precisamos ter mais auxílio da própria população para que possam comprar os produtos do município e não precisem ir em outros lugares para adquirir de outros produtores.
Quais os desafios que as mulheres enfrentam no campo e o que precisa ser feito para valorizá-las?
R.: Os desafios para a mulher no campo com toda a certeza é bem maior do que para os homens porque não é só uma questão de força não, porque somos fortes muito forte mas por questão estruturais e até mesmo de oportunidades que para os homens são mais fácies.
Como foi sua trajetória até chegar a presidência da associação de mulheres?
R.: Na verdade a trajetória de uma mulher na agricultura familiar ela não é fácil, porque são muitos os impasses, são muitos os acontecimentos. Antes era muito mais difícil do que hoje, porém eu tive força coragem e determinação, sempre fui uma mulher trabalhadora, guerreira. Sempre tive sonhos e objetivos a alcançar, nunca quis passar por cima de ninguém, nunca quis me prevalecer, mas eu sempre olhei para mim como olho hoje para outras mulheres que estão na mesma batalha, na mesma luta e que sei que se tiver objetivo chegará a alcançar os seus sonhos. Não foi fácil, não é fácil, mas somos mulheres e não devemos desistir nunca.
Qual cultivo é mais importante para geração de renda dos produtores de Ananindeua?
R.: Hortaliças de qualidade e bom de preços
Quais os planos da Associação de Mulheres da Agricultura Familiar para 2023?
R.: para que esse cenário venha verdadeiramente mudar, nós precisamos que os nossos governantes se posicionam e apoie verdadeiramente a agricultura familiar, a mulher do campo, porque apoiando a mulher do campo que nós vamos ter uma mudança, é apoiando que nós vamos ter um olhar diferenciado, que nós vamos poder ter lucros e benefícios para essas famílias, para essas mulheres.
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