Pará fortalece ações para proteção da fauna e conservação da biodiversidade
Essas iniciativas estão em sintonia com o Dia Nacional dos Animais; a data reforça a importância da preservação da fauna brasileira, especialmente na Amazônia

O Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas, o Programa de Conservação Quelônios do Pará e o monitoramento da captura acidental do boto-cinza na Área de Proteção Ambiental (APA) Algodoal-Maiandeua. Essas são algumas ações do governo do Pará na conservação da biodiversidade. As iniciativas são conduzidas pela Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio), do Ideflor-Bio (Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade.
Na sexta-feira (14) foi celebrado o Dia Nacional dos Animais. A data reforça a importância da preservação da fauna brasileira, especialmente na Amazônia Um dos exemplos de sucesso é o Projeto de Reintrodução de Ararajubas, que alcançou um marco histórico em 2024, com o nascimento de cinco filhotes no Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, na Região Metropolitana de Belém.
A reprodução natural dessas aves, que haviam sido extintas na região, representa um avanço significativo na recuperação da espécie. “O nascimento desses filhotes é um marco para a biodiversidade do Pará e demonstra que a conservação pode reverter ameaças de extinção”, disse o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto.
Além da reintrodução das ararajubas, o projeto promove ações de educação ambiental, sensibilizando a população sobre a importância da preservação da fauna. Em parceria com a Fundação Lymington, a iniciativa já está em sua terceira fase, prevendo a reintrodução de mais 50 aves até o fim de 2025 e a ampliação das estruturas do Parque Estadual do Utinga. As ararajubas, com suas cores vibrantes verde e amarela, são símbolos nacionais e sua recuperação fortalece o ecossistema amazônico.
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Quelônios e botos
Outro destaque na proteção da fauna paraense é a criação do Grupo de Trabalho (GT) do Programa Estadual de Conservação dos Quelônios. A iniciativa, conduzida por especialistas do Ideflor-Bio e da Universidade Federal do Pará (UFPA), busca preservar espécies essenciais para os ecossistemas aquáticos. No Refúgio de Vida Silvestre Tabuleiro do Embaubal, em Senador José Porfírio, mais de 308 mil filhotes de quelônios – incluindo tartarugas-da-Amazônia, tracajás e pitiús – foram soltos no rio Xingu entre outubro de 2024 e janeiro de 2025.
Nos últimos 13 anos, o projeto garantiu a soltura de mais de 6,5 milhões de filhotes, consolidando o Tabuleiro do Embaubal como um dos maiores sítios de desova de quelônios da América do Sul. Além dessa área, ações também ocorrem no Monumento Natural do Atalaia, em Salinópolis, e em São Geraldo do Araguaia, na divisa com Tocantins. Nessa última localidade, em parceria com o Instituto Ambiental Xambioá, a soltura de 6 mil quelônios em um único dia marcou uma conquista histórica para a preservação das tartarugas-da-Amazônia e tracajás.
Outro desafio enfrentado pelo Ideflor-Bio é a proteção do boto-cinza (Sotalia guianensis) na APA Algodoal-Maiandeua. A espécie, ameaçada pela pesca acidental e degradação do habitat, é monitorada para a implementação de estratégias de conservação. O trabalho busca reduzir os impactos ambientais e garantir a sobrevivência desse golfinho de água doce, que desempenha papel crucial nos ecossistemas marinhos amazônicos.
Com a COP 30, Pará espera ampliar suas ações ambientais
Com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em Belém, em 2025, o Pará espera ampliar suas ações ambientais e atrair investimentos para fortalecer os programas de conservação. “Estamos transformando desafios em oportunidades para proteger a biodiversidade e fortalecer o papel do Pará na agenda ambiental global”, afirmou Nilson Pinto.
Para o titular da DGBio, Crisomar Lobato, as iniciativas do Ideflor-Bio demonstram que desenvolvimento e preservação podem caminhar juntos. “Ao garantir a reintrodução de espécies ameaçadas, proteger quelônios e monitorar espécies vulneráveis, o Pará reforça seu compromisso com a conservação da Amazônia. O legado deixado por essas ações beneficiará tanto a fauna quanto as futuras gerações, garantindo um equilíbrio sustentável entre homem e natureza”, enfatizou o diretor.
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