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Pará diminui pobreza na infância e adolescência, aponta pesquisa do Unicef

Mesmo com melhora dos índices, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ressalta que número de meninas e meninos na pobreza ainda é muito alto

O Liberal

O Estado do Pará reduziu o número de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos vivendo as múltiplas dimensões da pobreza. O estudo elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado, nesta quinta-feira (16/01), mostra que a chamada pobreza multidimensional caiu entre as crianças paraenses de 92,9%, no ano de 2019, para 89,5%, em 2023. No Brasil, a redução foi de 59,5% para 55,9%, no mesmo período. 

Os dados estão na quarta edição do estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil – 2017 a 2023. A redução da pobreza multidimensional em todo o País foi influenciada principalmente pelo aumento da renda – beneficiado em especial pela ampliação do Bolsa Família –, e pela melhoria no acesso à informação. O estudo foi baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). A pesquisa analisou sete dimensões fundamentais: renda, educação, acesso à informação, água, saneamento, moradia e proteção contra o trabalho infantil. 

No Pará, em 2023, 13,6% das crianças estavam privadas de educação, 9,3% de informação, 5,3% estavam em trabalho infantil, 20,2% estavam privadas de moradia adequada, 13,5% sem água adequada, 83,9% sem saneamento adequado e 27,8% privadas de renda.

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O Brasil apresentou números melhores do que o Estado. No mesmo ano, 7,7% das crianças brasileiras estavam privadas de educação, 3,5% de informação, 3,4% estavam em trabalho infantil, 11,2% estavam privadas de moradia adequada, 5,4% sem água adequada, 38% sem saneamento adequado e 19,1% privadas de renda.

Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais do UNICEF no Brasil, explica que o método dá mais amplitude para entender o problema. “A pobreza infantil é multidimensional porque vai além da renda. Ela é resultado da relação entre privações, exclusões e vulnerabilidades que comprometem o bem-estar de meninas e meninos. Crianças e adolescentes precisam ter todos os seus direitos garantidos de forma conjunta, já que os direitos humanos são indivisíveis. Os resultados deste estudo mostram que o Brasil conseguiu avançar nas diversas dimensões avaliadas, reduzindo a pobreza multidimensional e impactando positivamente meninas e meninos em todo o País”, explica.

Quando se compara a divisão entre as raças no Brasil, a pobreza multidimensional entre crianças e adolescentes negros permanece consistentemente mais alta em comparação com brancos, destacando disparidades significativas no que diz respeito às condições de vida e acesso a recursos essenciais. Enquanto, entre meninas e meninos brancos, 45,2% estão em pobreza multidimensional, entre negros o percentual é de 63,6%.

O Unicef recomenda que a pobreza infantil multidimensional seja mensurada e incorporada como estatística oficial do Brasil, como base para o desenvolvimento de políticas públicas políticas que priorizem crianças e adolescentes, inclusive em termos orçamentários, e também políticas intersetoriais e transversais.  

“Há sinais positivos importantes, como a diminuição da pobreza infantil monetária. Isso é um claro reflexo da expansão do Bolsa Família, e dos investimentos na recuperação da infraestrutura da Assistência Social local que executa tal política. Há também intentos louváveis na linha do incentivo à intersetorialidade e da transversalidade, como a Agenda Transversal Criança e Adolescente do PPA federal, algo que ainda precisa ser adotado por estados e municípios”, defende Liliana Chopitea. 

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