Pará tem peixes que competem com salmão em sabor e valor nutricional
Tambaqui, pirarucu, aracu e pacu são campeões regionais de ômega 3. E bem mais baratos que salmão.
Uma das justificativas para se consumir salmão — muito usada por quem não dispensa um sushi ou temaki — é o alto valor nutricional do pescado. Principalmente pela quantidade de ômega 3, gordura benéfica e associada a perda de peso, reforço do sistema imunológico, boa memória e prevenção de cânceres. A pesquisa “Hábitos alimentares dos brasileiros – preferências, dietas e tendências de consumo”, encomendada pela Banca do Ramon (tradicional loja do Mercado de São Paulo), mostra que o salmão é um dos peixes preferidos do Brasil, seguido de atum e sardinha.
A nutricionista e consultora da Banca do Ramon, Juliana Tomandl, diz que consumir mais peixes nas refeições é totalmente benéfico para o corpo. “O peixe possui algumas propriedades que são essenciais para o organismo, como o ômega 3, que é associado à memória e a melhor capacidade leitura, até mesmo com menos problemas de comportamento. A falta dele pode causar desatenção e dificuldade de aprendizagem. Porém, este nutriente também preserva a audição e ajuda até mesmo na perda de peso”, explica.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o brasileiros consomem uma média de 9,5 quilos de peixes por ano. A recomendação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) é de 12 quilos ao ano. Muitas pessoas até tentam suplementar o ômega 3 com cápsulas. Mas a fonte natural sempre é a melhor forma de adquirir nutrientes.
“Ainda que o peixe faça parte da nossa cultura que foi herdada de outros países, como Portugal e Japão, e também dos indígenas, por meio da caça, não estamos muito habituados com este tipo de alimentação. Há uma mudança crescente nos costumes alimentares do brasileiro, existe uma vontade por refeições mais saudáveis e com qualidade. O peixe, certamente, se enquadra como um alimento que faz bem à saúde”, detalha Tomandl. Os preços costumam ser algo que afasta consumidores.
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PEIXES PARAENSES: DIVERSIDADE GARANTE PREÇO, SABOR E NUTRIÇÃO
Por outro lado, a gastróloga e economista Giselle Arouck, professora do curso de Gastronomia da Unama, observa que os peixes amazônicos possuem uma elevada carga nutricional. Algumas espécies, inclusive, possuem altas concentrações do ômega 3. Tudo isso com uma diversidade que pode poupar o bolso do consumidor de pagar por um peixe muito caro, apenas por um benefício nutricional. Ela chama atenção também para os sabores muito característicos.
Giselle destaca quatro peixes paraenses campeões em ômega 3: tambaqui, pirarucu, aracu e pacu. Entre outras espécies muito consumidas e igualmente nutritivas estão o filhote, a pescada amarela e a pescada branca. Entre outras não tão consumidas e que aparecem com preços mais acessíveis, estão mapará e pirapema.
"Nossos peixes possuem carga nutricional completa. Há variações de nutrientes entre pexies de água salgada e água doce. Nós paraenses sempre precisamos buscar nossas alternativas. Os restaurantes também. Não justifica comprar peixes tão caros para um único benefício quando há outras opções.
CONHEÇA ALGUNS NUTRIENTES PRESENTES EM PEIXES (INCLUINDO PEIXES DO PARÁ)
Magnésio: Conhecido como um mineral anti-estresse. Quando falta essa substancia no organismo, resulta em cansaço e na falta de enzimas que ajudam a produzir energia no corpo. Além de ser essencial para o funcionamento dos nervos e músculos.
Cálcio: Responsável em manter os ossos e os dentes fortes, evitando a osteoporose e raquitismo. ‘’O nutriente também ajuda a manter os batimentos do coração regulares, além de auxiliar o sistema nervoso a trabalhar melhor’’, conta Tomandl.
Selênio: Um antioxidante que ajuda a prevenir o envelhecimento e o amadurecimento celular, isso ajuda a afastar os riscos de tumores. Outra vantagem, é que o componente ajuda a manter a elasticidade dos tecidos e para as mulheres pode aliviar os incômodos menstruais.
Vitamina A: Ação protetora dos olhos, dos cabelos e da pele, ainda fortalece o sistema imunológico e dos órgãos reprodutivos. “A vitamina A também previne o envelhecimento precoce, doenças cardiovasculares e câncer”, diz a nutricionista.
Fósforo: Assim como o cálcio, o fósforo também é responsável pela boa formação dentária e óssea. Além disso, é importante para o funcionamento dos rins, fornece mais energia ao corpo e contribui com o metabolismo de amidos e gorduras.
FONTE: NUTRICIONISTA JULIANA TOMANDL, VIA AGÊNCIA CARTI
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