Nova ponte sobre rio Moju será entregue em dezembro, confirma Setran
Reconstrução que previa inicialmente término em novembro religará Alça Viária
A Secretaria de Estado de Transportes (Setran) confirmou na manhã desta sexta-feira (25) que conclui a obra de reconstrução do vão central da ponte sobre o Rio Moju até o próximo dia 15 de dezembro. A data deve marcar a religação da Alça Viária (PA-483), depois do desabamento ocorrido em abril deste ano.
Segundo diz a Setran, os trabalhos "seguem dentro do cronograma previsto, mesmo diante da complexidade das atividades no entorno da ponte". Nesta sexta-feira (25), a Setran iniciou o lançamento da primeira aduela de disparo, que será concretada no próximo domingo (27). A aduela de disparo é a primeira peça que dará origem ao tabuleiro, parte integrante da pista.
O governo diz que a reconstrução vai "religar a Alça Viária e retomar a navegação de forma segura e adequada". Segundo a Setran, se criou dois vãos de travessia sob a ponte, o que prevenirá os acidentes que antes ocorriam frequentemente, naquela região, em decorrência das particularidades do Rio Moju.
Em menos de quatro anos, dois desabamentos ocorreram nas pontes Moju-Cidade e Moju-Alça. A Setran diz que a obra espelha uma "necessidade de máxima atenção e segurança quando se trata do Rio Moju", que, segundo diz o governo, é uma região de "fortes e agitadas marés". Segundo a secretaria responsável pela reconstrução, este cenário exige que qualquer operação de construção ou navegação na área só possa ser feita sob rigorosos protocolos e máximo planejamento logístico, o que diminui os riscos diários a pessoas e também impactos ambientais.
Novo cronograma
A obra será concluída 30 dias após o prazo inicial definido pelo governo. Para cumprir o novo prazo dado, até de 15 de dezembro, a Setran diz que as frentes de serviço incluem turnos ininterruptos e interação contínua entre as equipes de engenharia da Secretaria de Transportes e a de fiscalização e gerenciamento, projeto e execução da obra.
Segundo avalia o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (Crea-PA), Renato Milhomen, mesmo com o acréscimo de cerca de 30 dias na entrega final da obra, prevista para 20 de novembro, a reconstrução de 268 metros do vão central da ponte é um case de sucesso na engenharia paraense, uma vez que os trabalhos, ainda assim, serão concluídos em 180 dias após o inicio da obra, em 20 de junho deste ano.
“No momento da queda da ponte, com todos os percalços que ocorreram, comuns em uma obra de engenharia desse porte, soluções inovadoras e únicas foram tomadas. Todo o trabalho apresentou princípios que regem o serviço público, como celeridade e economicidade, se tornando referência em execução, construção e reformas, manutenção de pontes daqui pra frente”, destacou Milhomen.
A ponte sobre o Rio Moju teve seu vão central demolido após um choque de uma embarcação clandestina que navegava pelo local, na madrugada do dia 6 de abril passado.
Segundo o engenheiro Pedro Almeida, responsável pela concepção estrutural da ponte, gerenciamento da obra e pelas operações na área da reconstrução da travessia, três fatores levaram à mudança no projeto executivo e, consequentemente, ao aumento de 30 dias no cronograma inicial para conclusão dos trabalhos. Primeiro, foi necessário aumentar o diâmetro das estacas e acrescentar nove estruturas a mais no pilar central. A situação exigiu a construção do bloco em duas etapas, para possibilitar a construção dos pilares do mastro, em paralelo com as abas do bloco.
Outro fator que também contribuiu para aumento do prazo foi o risco de acidentes diante das atividades simultâneas: execução do bloco, remoção de escombros, e travessia de veículos e pessoas, que se desenvolve diariamente no entorno da ponte.
O mastro central, já com dois pilares, contabiliza quase 70 metros de altura acima do topo do bloco, que terá mais de 85 metros, depois de concluído. A terceira e última etapa ocorre do final de outubro a 20 de novembro, quando se alcançará os cinco meses de construção da ponte. Segundo o titular da Setran, Pádua Andrade, a construção do bloco em duas etapas simultâneas é a maior inovação do método construtivo na ponte do Moju.
A ponte sobre o Rio Moju faz parte do complexo de quatro pontes da Alça Viária – a rodovia PA-483, que tem mais de 70 quilômetros de extensão – e é a principal artéria rodoviária do Norte do Brasil, integrando a Região Metropolitana de Belém ao sul e sudeste do Pará.
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