Marinha registrou 149 acidentes nos rios do Pará em três anos
Nesse período, também aumentou o volume de vendas de motos aquáticas em 30%. Estado só tem 4,8 mil pessoas habilitadas para pilotar motos aquáticas
Nos últimos três anos, a Marinha registrou, nos rios do Pará, 149 acidentes relacionados a embarcações de pequeno, médio e grande porte. Em 2019, foram 57. Em 2020, 39. E este ano, e até agora, 53. Um dos casos mais recentes envolveu o cantor sertanejo Thiago Costa, que sofreu um grave acidente no dia 11 deste mês, após o jet ski em que ele estava colidir com uma lancha, nas proximidades do furo do Maguari, no bairro do Tenoné, em Belém. O artista teve uma fratura exposta na perna direita e também quebrou o antebraço direito. Thiago já passou por dois procedimentos cirúrgicos, além de transfusão sanguínea.
No Estado, 4.879 pessoas estão habilitadas para pilotar motos aquáticas, informou a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, que é subordinada ao Comando do 4° Distrito Naval. Dono de uma empresa que trabalha com a venda de motos aquáticas, Marcelo Pinho disse que, nos últimos três anos, houve um aumento em torno de 30% nas vendas. Isso ocorreu em especial nos últimos dois anos, onde a procura por atividades ao ar livre aumentou, talvez motivada pela pandemia. “Adquirir uma moto aquática é similar a um carro ou uma moto. São exigidos os dados pessoais para faturamento. A moto aquática deverá ser registrada na Capitania dos Portos e a pessoa que irá pilotar deve possuir a Carteira de Habilitação de Amador na categoria motonauta”, explicou.
A Marinha informou que o interessado deve procurar uma escola náutica credenciada na Marinha para realizar o curso. Após, ele realiza a prova na Capitania dos Portos da Amazônia Oriental. O condutor deve estar sempre de posse da carteira de habilitação. A Marinha também informou que realiza diariamente inspeções navais, verificando as condições dos meios e documentos, a fim de garantir a segurança da navegação e salvaguarda da vida humana.
Antes de entrar em uma embarcação, é necessário verificar o seguinte: a lotação da embarcação, que indica a capacidade máxima de pessoas a bordo e deve estar escrita em uma placa em local visível; o número de pessoas embarcadas deve ser igual ou menor do que capacidade máxima acima mencionada; os coletes salva-vidas devem estar em local de fácil acesso, em bom estado de conservação e em número suficiente para todas as pessoas embarcadas.
Mais, ainda segundo a Marinha: devem existir bóias e balsas salva-vidas nos conveses; os corredores devem estar livres e desimpedidos; toda a carga deve estar devidamente acondicionada nos porões; o material de combate a incêndio deve estar em perfeitas condições de uso; os tripulantes devem estar uniformizados de modo que sejam facilmente identificados; o comandante da embarcação deve providenciar instrução prática do uso dos coletes salva-vidas; o eixo propulsor da embarcação deve estar coberto. Caso algum item acima seja encontrado em situação irregular, a pessoa deve telefonar para o Disque Denúncia da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental: 0800 280-7200.
Marcelo Pinho disse que, para conduzir uma moto aquática, as orientações são várias. Respeitar as regras de navegação conforme rege a Normam (Normas da Autoridade Marítima), usar sempre colete (obrigatório), além de outros itens de segurança, como óculos e sapatilhas náuticas. Outras orientações são manter distância segura de outras embarcações, não ingerir bebidas alcoólicas se for pilotar, não navegar sozinho e não conduzir à noite. “Realizamos passeios há mais de 25 anos e nunca houve nenhum acidente”, afirmou.
O nome mais usado para essas embarcações é jet ski. Mas o certo é moto aquática ou veículo aquático pessoal. A moto aquática é um veículo de uso pessoal, onde há a possibilidade de transportar até três pessoas. Os modelos mais comuns costumam ter entre um e dois lugares, sendo que o designer e o funcionamento é muito semelhante a uma motocicleta, com o diferencial de ser apropriada para a navegação. Jet ski é o nome específico de uma determinada marca de fabricante de moto aquática.
Em Belém, para alugar uma moto aquática, o piloto deve estar disposto a desembolsar R$ 900,00, para usufruir do veículo entre 10h e 17h. O valor não inclui o combustível desse transporte. A reportagem entrou em contato com uma empresa de locação. Segundo o estabelecimento, para efetivar o aluguel, é rigorosamente exigida a carteira de habilitação. “Se tiver a carteira, a pessoa efetua o pagamento, assina um termo de responsabilidade e pode alugar”, informou a empresa.
Outro empresário do ramo, que não quis se identificar, revelou que, antigamente, não se exigia a habilitação para pilotar as motos aquáticas. “Mas ultimamente, devido a alguns acidentes que ocorreram, aqui na Ilha do Combu, a Capitania está muito em cima. E, agora, nós só alugamos as nossas lanchas e jets para piloto que tiver a carteira marítima”, explicou.
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