Nível do rio Tapajós sobe 1 metro em relação a 2024 e acende alerta da Defesa Civil

Chuvas intensas elevam o nível do rio, trazendo preocupações para comunidades ribeirinhas e áreas de várzea

Jamille Marques | Especial em O Liberal
fonte

O nível do Rio Tapajós em 2025 atingiu 4,46 metros, um aumento de 1 metro em relação ao mesmo período de 2024, quando registrava 3,46 metros. O crescimento expressivo preocupa a Defesa Civil de Santarém, que monitora diariamente a situação e alerta para possíveis impactos nas comunidades ribeirinhas e áreas de várzea.

Darlison Maia, coordenador da Defesa Civil, explica que esse aumento está diretamente ligado ao alto volume de chuvas na região.“O índice de chuva este ano está muito maior. Como ficamos na confluência do Tapajós com o Amazonas, as chuvas que acontecem acima do Tapajós, em Itaituba, Jacareacanga e outros municípios, além da influência das chuvas no estado do Amazonas, contribuem para essa elevação”, afirma.

Cheia do Rio Tapajós segue padrão natural, mas exige atenção

O ciclo de cheia do Rio Tapajós ocorre de forma gradual. O nível das águas começa a subir no fim de dezembro e pode alcançar seu pico entre abril e maio. Em anos de maior volume de chuvas, o processo pode se estender até o início de junho. “A enchente é gradual, começa a subir no final de dezembro e vai até o início de maio. Dependendo da situação do tempo, esse período pode variar”, explica Maia.

A Defesa Civil de Santarém acompanha diariamente os níveis do rio e faz comparações com anos anteriores. Segundo Darlison, a maior cheia registrada na última década ocorreu em 2009, quando o nível do Rio Tapajós chegou a 8,31 metros no dia 30 de maio. Em 2014, a cheia alcançou 8,16 metros no dia 23 de maio. “Hoje, ainda estamos abaixo dos níveis dessas grandes cheias, mas os riscos para os moradores são maiores na região de várzea, onde as casas podem ser inundadas”, destaca o coordenador.

Comunidades ribeirinhas são as mais afetadas

O principal impacto da cheia do Tapajós ocorre nas áreas de várzea, onde muitas casas ficam sobre palafitas. Dependendo do nível que o rio alcançar, as residências podem ser tomadas pelas águas, forçando famílias a deixarem suas casas.

Na área urbana de Santarém, os riscos são menores, mas algumas ruas podem sofrer com alagamentos temporários devido ao transbordamento de canais e igarapés.

Outro efeito da cheia é a dispersão dos peixes, o que pode dificultar a pesca para muitas comunidades ribeirinhas que dependem da atividade para subsistência. “Os peixes se espalham mais nesse período, então a pesca fica mais difícil. Mas essa parte é mais com os órgãos de monitoramento pesqueiro”, comenta Maia.

Defesa Civil mantém monitoramento diário

A Defesa Civil de Santarém possui uma cota de alerta de 7,10 metros para o Rio Tapajós. Atualmente, o nível do rio está em 4,46 metros, ainda distante dessa marca. No entanto, a equipe mantém contato direto com lideranças comunitárias para identificar sinais de risco e se preparar para possíveis intervenções. “Quando o rio se aproxima da cota de alerta, intensificamos as visitas às comunidades mais vulneráveis. Fazemos registros fotográficos e inserimos os dados no Sistema Nacional de Defesa Civil. Caso seja necessário decretar situação de emergência, já temos as informações organizadas para agilizar o processo”, explica o coordenador.

Segundo Darlison, a partir do momento em que a cota de alerta é atingida, a Defesa Civil começa a trabalhar na mobilização de recursos e na articulação com outras esferas do governo para atender possíveis desalojados.

População deve acompanhar boletins e seguir recomendações

Embora a cheia do Rio Tapajós seja um fenômeno natural e esperado para o período, a Defesa Civil reforça a importância da colaboração da população no monitoramento do nível do rio e na adoção de medidas preventivas. “Isso é normal para esse período do ano na nossa região. Não é igual à região da capital, onde a maré sobe e desce diariamente. Aqui, a água sobe gradualmente a partir do final de novembro para dezembro e segue até maio”, destaca.

A recomendação principal é que as famílias ribeirinhas acompanhem os boletins divulgados pela Defesa Civil e evitem permanecer em áreas de risco. Caso percebam o avanço das águas próximo às suas casas, é importante entrar em contato com as autoridades para que as providências necessárias sejam tomadas.

A Defesa Civil de Santarém reforça que segue monitorando a situação do Rio Tapajós para garantir a segurança das comunidades afetadas.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ