Malária: pesquisa paraense aponta que medicamento evita recaída

Uma dose mais alta de primaquina, que já é usada no tratamento da malária, previne recaídas em até 95%

Victor Furtado
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Um estudo do Pará, conduzido por pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), aponta uma novidade no tratamento da malária. Uma dosagem mais alta do medicamento primaquina, que já é usado contra a doença, previne recaídas e recrudescências que são comuns. Na pesquisa, foi possível constatar que uma dose mais garante proteção de 86% a 95% contra a volta indesejada do mal causado pelo Plasmodium vivax. A ideia partiu de experiências em países da Oceania e da Ásia, onde também há transmissão da malária.

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A malária ainda é uma doença considerada como um grave problema de saúde pública no mundo, considerando o impacto na morbidade e mortalidade da população em países tropicais. Em relação ao Brasil, a região amazônica registra 99% dos casos de todo o país. Em 2022, a campanha da Organização Mundial da Saúde (OMS) contra a malária chama a atenção para a busca de investimentos em inovação e pesquisa para a eliminação da doença.

O estudo do IEC foi publicado na revista científica The New England Journal of Medicine, uma das publicações médicas mais conceituadas e respeitadas do mundo. Intitulado “Dose mais alta de primaquina para prevenir a recaída da malária por Plasmodium vivax”, o artigo teve como autores do IEC Nathália Nogueira Chamma-Siqueira (primeira autora), Sandro Patroca da Silva (co-autor) e Giselle Maria Rachid Viana, uma das Investigadoras Principais no Brasil, junto com a pesquisadora Suiane Negreiros (médica e pesquisadora ligada à Secretaria de Saúde do Estado do Acre – Sesacre).

“Resultado de um trabalho dedicado de profissionais de instituições nacionais e internacionais em um ensaio clínico randomizado, envolvendo mais de 250 pacientes em um seguimento de quase 6 meses em área remota da Amazônia brasileira, com a finalidade de contribuir para o fortalecimento da promoção da saúde no combate à malária, uma vez que a evidência científica obtida por esse trabalho poderá servir de base para a revisão da política de tratamento para a malária por Plasmodium vivax no continente americano”, disse a pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Pesquisas Básicas de Malária da Seção de Parasitologia do IEC, Giselle Rachid Viana

Esse artigo foi parte de uma série de estudos publicados no periódico, que envolveu esforços do IEC, Sesacre e Universidade Federal do Pará (UFPA) e Ministério da Saúde. Os esforços internacionais incluem Universidades Ricardo de Palma e Nacional Toribio Rodríguez de Mendoza de Amazonas no Peru, além dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos EUA, juntamente com parceiros da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

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