Livro virtual alerta para os muitos riscos das quedas para idosos
Professor da Universidade do Estado do Pará participa de projeto que orienta familiares sobre os cuidados necessários
A partir dos 60 anos de idade, idosos sedentários possuem entre 25% a 35% de riscos de sofrerem quedas. Após os 70 anos, salta para 40% a 55%. Quando o país está em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, o percentual pode aumentar, uma vez que apresenta diversas cidades com problemas de infraestrutura, a exemplo do que ocorre em Belém, onde as vias públicas e calçadas, em geral, são desniveladas e o acesso ao transporte público ainda não está adequado a elas. Já em países desenvolvidos a tendência é de queda nos números. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Uma simples queda pode proporcionar lesões e levar inclusive o idoso à morte. Para ajudar a alertar e orientar profissionais de saúde, cuidadores e familiares de idosos na prevenção de quedas com os idosos, o professor César Santos, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), integra autoria de e-book lançado de forma virtual, há dez dias, pela Editora Dykinson, em Madrid, na Espanha. Ele está ao lado do professor Estélio Henrique Dantas, do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente da Universidade Tiradentes (Unit), de Sergipe, e do mestrando pelo Programa, Lúcio Flávio da Costa.
Segundo Santos, que é educador físico e fisioterapeuta, a obra é fruto do PhD que ele finaliza em Saúde e Ambiente. "A finalidade do conteúdo do livro virtual é mostrar de forma clara o que acontece quando o idoso cai e a forma de prevenir a queda. O livro, de forma geral, vem organizado para que a gente possa ver as alterações que ocorrem durante o envelhecimento, as fragilidade que ele apresenta na parte muscular e óssea, posturas inadequadas. Avaliamos e discutimos quedas, com uma avaliação de bateria de testes que está sendo trazida para o Brasil, para termos noção se o idoso tem risco baixo, médio ou alto de quedas", explica.
Dos dez capítulos do livro, que traz 191 páginas, alguns dos principais destaques dizem respeito às formas de prevenção de queda e as orientações quanto aos riscos ambientais de as adaptações residenciais. "São detalhes que passam despercebidos e que é preciso ter muitos cuidados na residência, como não deixar sapatos nem brinquedos espalhados pelo chão nem fios elétricos; escada tem que ter corrimão, porque é natural o idoso não ter equilíbrio para subir e descer; não deixar animais domésticos soltos pela casa, porque pode tropeçar e cair, e o piso tem que ser antiderrapante", frisa Santos.
Outros cuidados especiais com os idosos são no banheiro. "Tem que ter suporte de apoio dentro e fora do box e fora; ter piso e tapete antiderrapante. A altura do vaso sanitário em torno de 46 cm e usar largura mínima de box, que esteja sem obstáculo. É importante que os idoso tomem banho sempre sentados em uma cadeira para se proteger mais e evitar com que o sabonete escorre", orienta o educador físico e fisioterapeuta.
Já o quarto do idoso deve ter porta de acesso com, no mínimo, de 80 cm, porque alguns usam cadeiras de rodas; janelas com folhas leves e corrediças, tipo alças para facilidade de abrir e fechar. A altura da cama em torno de 50 cm, que permite não ter impacto ao sentar ou levantar com apoio no chão.
O livro fala também sobre os exercícios físicos, que podem evitar com que os idosos tenham quedas. "Após os 60 anos, o idoso está sujeito a ter quedas, quando acontece dificilmente consegue se equilibrar. Propusemos programa de atividades físicas para estabilizar a parte muscular estrutural e, assim, evitar e ter risco baixo com as quedas. E apresenta a capoeira como atividade para ajudar a prevenir quedas", explica o professor César Santos, que poderá ter o livro físico publicado em espanhol.
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