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Governo federal ainda não definiu oficialmente que o Curupira será o mascote da COP 30

Uma fonte do governo federal, ouvida pela Redação Integrada de O Liberal, informou, nesta quinta-feira (16), que essa decisão ainda será tomada pela Presidência da República

Dilson Pimentel

Apesar da informação estar circulando nacionalmente, o governo federal ainda não definiu que o Curupira será o mascote da Conferência do Clima (COP 30), que ocorrerá, em Belém, em novembro deste ano. Uma fonte do governo federal, ouvida pela Redação Integrada de O Liberal, informou, nesta quinta-feira (16), que essa decisão ainda será tomada pela Presidência da República.

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O Curupira é uma figura mítica do folclore brasileiro, conhecido por proteger as florestas e enganar aqueles que tentam derrubar árvores, fazendo-os se perder na mata. Essa escolha visa promover o evento internacionalmente e criar materiais de divulgação para a conferência. A fonte também informou que, internamente, o governo federal trabalha com uma identidade visual para a COP que reúne elementos da fauna e da flora brasileira, aparecendo também, nesse contexto, a imagem do Curupira. “Mas não foi decidido se o Curupira vai ser o mascote. Pode até ser que seja, mas essa é uma decisão que a presidência ainda vai tomar. Então não tem como confirmar isso porque não houve decisão da presidência do Brasil ainda”, disse.

O Curupira, segundo a lenda, possui pés virados, com os calcanhares voltados para frente, o que o ajuda a confundir os caçadores. A origem desse mito remonta às crenças dos povos indígenas da região Norte do Brasil, refletindo a rica cultura local e a importância da preservação ambiental. A intenção é que o mascote simbolize as discussões sobre sustentabilidade e proteção das florestas que serão abordadas durante a COP 30.

Para o historiador Diego Pereira, “Na sua origem, o nome curupira tem a ver exatamente com duas partes, um vocábulo de origem tupi-guarani e que tem duas traduções, o corpo coberto de pústulas, ou como é mais comum, o ‘curu’, representando a ideia de uma contração da expressão ‘curumim’, que quer dizer criança, e ‘pira’, que quer dizer corpo, ou seja, ‘corpo de criança’”.

Ele também aponta que a primeira grande referência ao Curupira surgiu na obra de José de Anchieta, em meados do século 16, citada por Câmara Cascudo, um grande divulgador dessa figura mítica. “Nessa projeção que ele faz, ele infere ao Curupira como se fosse um demônio, que acomete os índios nas matas, os açoita, machuca e os mata. Pra se evitar que isso aconteça, se coloca no caminho que eles andavam penas de aves, abanadores, flechas, como se fosse uma espécie de oferenda a essa personagem.”

Pereira explica ainda que, embora o Curupira seja mais comumente associado à Amazônia, o personagem possui outras formas de ser indicado na América do Sul. “O nome Curupira tem outras formas de ser indicado na América do Sul, então não é uma lógica geográfica apenas do Brasil. Num primeiro momento, não há a determinação do lugar onde o Curupira é natural, ao longo do tempo foi sendo dito que seria na Amazônia, onde protege os animais, as fêmeas prenhas, penalizando predadores, etc. É um personagem que não fala, apenas emite vocábulos através de gritos. Essas características fazem com que esse personagem represente muito bem essa proteção às matas e aos povos da floresta”.

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