Flagrante em praia de Salinas renova alerta para cuidados com arraias

Especialista orienta o que fazer em caso de flagrante de animais aquáticos nas praias

Camila Guimarães
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Encontrar animais marinhos em praias é uma possibilidade que se torna mais frequente durante o período de férias escolares, com mais pessoas acessando os balneários da região. No segundo fim de semana de julho, por exemplo, um veranista registrou uma arraia encalhada na prala do Atalaia, em Salinas. Após o flagrante, veranistas tentaram ajudar o animal a retornar ao mar, gesto que poderia ter resultado em acidentes.

A médica veterinária e doutora em Saúde Animal na Amazônia, Ellen Eguchi, explica que encontrar animais aguáticos nas praias é uma possibilidade muito comum, tanto em água doce, como os balneáreos de Mosqueiro, quanto em água salgada, como as praias de Salinas, por exemplo. Por isso, atenção e cautela precisam fazer parte do veraneio, alerta.

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“As arraias são animais de ocorrência relativamente comum, assim como o aparecimento de algumas espécies de tartarugas marinhas, que depositam ovos na praia, além de peixes e alguns outros invertebrados, como a água-viva, principalmente nas águas salgadas, como as de Salinas. Mas em Mosqueiro, antigamente, também era muito comum a ocorrência de arraias”, enfatiza.

No caso de Salinas, a especialista comenta que a região tem uma característica peculiar no fluxo das águas, que acaba fazendo com que os flagrantes de animais marinhos acabem sendo muito comuns:

As águas de Salinas têm um padrão de secagem peculiar, que forma pequenos lagos, que chamamos de estuários, nos quais os animais costumam ficar presos e, geralmente, esses encontros acabam sendo propiciados. Dependendo do ciclo reprodutivo que alguns animais estejam também, pode ser que essas ocorrências aumentem”, alerta.

As arraias são, segundo a especialista, um dos animais mais frequentemente encontrados nas praias. Geralmente esses flagrantes terminam em acidentes, pois, como os animais costumam ficar rente ao chão, acabam sendo pisados por banhistas, os quais, por sua vez, dificilmente conseguem evitar uma ferroada:

“A arraia se defente com o ferrão, prendendo os espinhos na perna ou no pé da pessoa, geralmente. É um acidente muito doloroso. Como a arraia gosta de ficar submersa na parte arenosa, o cuidado deveria ser de tentar pisar sempre enterrando os pés na areia, para evitar pisar em cheio no animal”, orienta.

Além da arraia, águas-vivas também podem ser encontradas nas praias, mas sua ocorrência é menos frequente. Entretanto, sua identificação é mais difícil sem um olhar treinado: “A água viva se confunde muito com a espuma do sal, quando bate as ondas, então é muito complicado a pessoa conseguir ver e evitar um contato como esse”, pondera Egushi.

Em todos os casos, a especialista orienta que se evite, ao máximo, o contato direto com qualquer animal: “A orientação geral é não tocar, não chegar perto, procurar o Corpo de Bombeiros, ou um Batalhão de Polícia Ambiental ou a Secretaria de Meio Ambiente para fazer o manejo adequado daquele animal, se for o caso”.

O comandante do 1º Grupamento Marítimo Fluvial (Gmaf) do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), tenente coronel Ricardo, informa que o Corpo de Bombeiros pode ser acionado para prestar primeiros-socorros em intercorrências com animais nas praias, por meio do número 193:

“A gente faz o atendimento pré-hospitalar, de casos de acidentes com animais, como arraias e águas-vivas. Via de regra eles não acompanham o afogamento, mas é possível que o contato com animais também levem ao afogamento, por isso também o Corpo de Bombeiros pode ser acionado”, informa.

Serviço:
No caso de incidentes com animais, o Corpo de Bombeiros pode ser acionado pelo número 193.

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