Escolas enfrentam desafios com a falta de áreas verdes em Belém
Estudo aponta que 45% das escolas da capital paraense não possuem cobertura vegetal, e 37,1% não contam com praças ou parques no entorno próximo
Belém ocupa o nono lugar entre as capitais brasileiras com maior ausência de áreas verdes em escolas, segundo um estudo realizado pelo MapBiomas, e o Instituto Alana. O levantamento aponta que 45% das escolas da capital paraense não possuem cobertura vegetal, refletindo um problema que afeta diretamente o bem-estar e o desenvolvimento dos estudantes.
Além da falta de vegetação nas unidades escolares, o estudo revelou que 37,1% das escolas de Belém estão em locais onde não há praças ou parques em um raio de 500 metros. Quando o recorte se amplia para 1.000 metros, 12,8% ainda permanecem sem acesso a esses espaços. Esses números reforçam a ausência de áreas naturais nos ambientes escolares e no entorno, prejudicando o acesso dos alunos a benefícios proporcionados pelo contato com a natureza.
Desigualdades sociais e ambientais
A pesquisa também revelou que a ausência de áreas verdes é mais comum em escolas localizadas em comunidades urbanas e favelas, muitas delas atendendo predominantemente estudantes negros e de baixa renda. A carência de vegetação, combinada com a falta de parques próximos, expõe esses alunos a ambientes menos propícios para o aprendizado, além de aumentar sua vulnerabilidade aos efeitos das mudanças climáticas, como ondas de calor e enchentes, frequentes em Belém.
Impactos no aprendizado e na saúde
A falta de vegetação nas escolas afeta não apenas o bem-estar físico, mas também o emocional e educacional das crianças e adolescentes. Estudos comprovam que o contato com a natureza melhora a concentração, reduz o estresse e promove o aprendizado de forma mais saudável. Além disso, a vegetação desempenha um papel crucial na resiliência climática, ajudando a amenizar impactos como o aumento da temperatura e alagamentos.
O estudo traz algumas sugestões para enfrentar esse problema em Belém:
• Requalificar os espaços escolares: substituir áreas cimentadas por jardins, hortas e miniflorestas, com a participação dos alunos no processo de revitalização.
• Aproveitar o entorno das escolas: integrar praças e parques próximos, além de transformar espaços urbanos subutilizados em áreas verdes acessíveis às comunidades escolares.
• Combater desigualdades socioeconômicas: priorizar investimentos em regiões vulneráveis, ampliando o acesso a ambientes naturais para estudantes de escolas públicas.
A ausência de áreas verdes nas escolas de Belém reflete as desigualdades estruturais enfrentadas pela cidade. Para garantir o direito de todos os alunos a um ambiente mais saudável e adequado ao aprendizado, é fundamental que políticas públicas priorizem a criação e preservação de espaços verdes, tanto dentro quanto no entorno das instituições de ensino.
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