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Ensino superior deixou de ser privilégio para poucos, avalia reitor da UFPA

Emmanuel Tourinho diz que desafio agora é investimento na manutenção dos alunos na instituição

Dilson Pimentel
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O resultado da pesquisa encomendada pela Universidade Federal do Pará sobre o perfil dos estudantes maticulados na instituição, divulgada na última terça-feira (5), que comprova que o ensino superior no Brasil deixou de ser privilégio de uma pequena parcela da população. É o que avalia o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, que diz que após a divulgação da pesquisa, um grande desafio se apresenta no momento: a manutenção destes alunos na universidade, principalmente com os cortes anunciados pelo Governo Federal nos recursos das instituições federais de ensino.

 "É um grande desafio para nós hoje. Temos feito um grande esforço de gestão para manter a Universidade funcionando com regularidade e manter os nossos programas de assistência estudantil. Mas tem um limite até onde a gente consegue ir nessa situação. É inevitável, a permanecerem esses  contingenciamentos, que a Universidade também veja comprometido, parcialmente, esse seu esforço. Precisamos criar condições para essa permanência dos alunos. Ao mesmo tempo, (o resultado da pesquisa) é um retrato de que a Universidade está sendo bem sucedida nesse esforço de inclusão social que ela fazendo por meio das políticas de cotas e, também, do processo seletivo especial", disse. 

O reitor lembrou que essa é a quinta pesquisa feita pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) - a primeira foi em 1996 e a anterior, em 2014. "Em 2014, nós já tínhamos observando uma mudança no perfil socioeconômico dos alunos das universidades federais, resultado da adoção das políticas de inclusão, no sentido de que havia aumentado o percentual de alunos de baixa renda nas universidades. 

A principal referência usada é a renda familiar per capita. Considera-se que está em uma condição de vulnerabilidade socioeconômica ou deve ser alvo de política de assistência estudantil aquele aluno que vem de uma família cuja renda per capita está na faixa até de um e meio salário mínimo", disse. "Esse percentual, que era de 44% nas universidades federais, subiu, em 2014, para 66%. E, na pesquisa realizada agora, em 2018, nós já tínhamos expectativa de que isso poderia aumentar por duas razões: esse processo de inclusão ainda estava em curso e a crise econômica do país gerou um empobrecimento das famílias. Agora, nacionalmente, esse percentual é de em torno de 70% dos alunos das universidades federais. No caso do Pará, é de 88%. E, na UFPA, 85%, acima, portanto, da média nacional. Nós temos um perfil de aluno predominantemente de baixa renda", afirmou. 

Superintendente de Assistência Estudantil da Universidade Federal do Pará, o professor Ronaldo Lima Araújo disse que o objetivo da pesquisa "é conhecer o nosso aluno e saber o tamanho do nosso desafio". Ele também comentou que, nacionalmente, a pesquisa indicou que aumentou o número de estudantes com problemas emocionais. "Às vezes, a vulnerabilidade não é apenas econômica. É social e emocional, o que requer a necessidade da gente assegurar aos nossos alunos um suporte psicológico e emocional", disse. Do ponto de vista nacional, 20% dos estudantes de universidades federais brasileiras já tiveram pensamento suicida ou ideia de morte. O reitor Emmanuel Tourinho disse que esse dado é um alerta para o que está acontecendo não nas universidades, mas na sociedade. "Acho que isso tem relação com as nossas políticas públicas para a juventude", afirmou. 

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