Em meio ao avanço da dengue no Pará, Sespa alerta para a importância da prevenção da doença

Número de casos em 2021 já ultrapassaram todos os casos da doença notificados em 2020

O Liberal

Os registros de dengue em 2021 já ultrapassaram todos os casos da doença notificados em 2020 no Pará, segundo um informe epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Em meio ao avanço da doença, a Sespa alerta para a importância da prevenção, com a eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. Conforme dados da secretaria, foram 1.897 casos em 2021. Este número supera os registros de todo o ano passado, quando ocorreram 1.656, frente a outros 2.067 casos em 2019.

A capital paraense é a segunda cidade com mais registros no estado com 470 casos, atrás apenas de Itaituba, no sudoeste do Pará, que teve 502 confirmações. Além deles, Altamira (188), Novo Progresso (139), Trairão (110), Novo Repartimento (85), Alenquer (77), São João do Araguaia (53), Redenção (50), e Vitória do Xingu (33).

Coordenadora estadual de Arboviroses da Sespa, Aline Carneiro salienta que o mosquito é também vetor do zika vírus e da chikungunya. "É necessário fazer um trabalho de prevenção contínuo, que indica a eliminação de todos os possíveis criadouros que são os acúmulos de água, caixas d'água, vasilhames para água para animais domésticos. Todos devem ser verificados, inclusive água suja, como as das fossas", orienta Aline, ressaltando que o procedimento deve ser feito uma vez por semana. 

A profissional informa que o Pará tem quatro sorotipos circulantes da dengue. "Os sintomas da dengue são febre, em geral alta, dores no corpo, dores atrás dos olhos, acompanhada de falta de apetite; dura em torno de sete dias podendo ter sinais de agravamento. Quando tiver sintomas o ideal é que se procure uma unidade de saúde para que possa ser notificado e fazer a anamnese do paciente; com o exame físico e acessórios pode se identificar a dengue", orienta a coordenadora.

Moradora do bairro da Condor, em Belém, Iclenilde Silva dos Santos, 52 anos, gosta de ter plantas em casa e, na pandemia, aumentou o jardim, trazendo mais verde para dentro de casa. "Com esse risco de dengue, não podemos brincar. As plantas do quintal ficam nos vasos com furos embaixo e o excesso de água escorre e não fica parado. E a gente também não deixa acumular água em nenhum desses cantinhos, nenhuma vasilha, trocar todo dia a água dos gatos, e não dar chance pro mosquito", adverte Iclenilde.

Transmissão da doença

A dengue pode se desenvolver após a fêmea do mosquito picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus e transmitir para outras pessoas. Há registro de transmissão por transfusão sanguínea.

Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou a ter um parto prematuro, além da gestante estar mais exposta para desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte. 

Em populações vulneráveis, como crianças e idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar ao quadro grave ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa. A dengue não é transmissível de pessoa a pessoa e não provoca sequelas, se tratada corretamente.

A nota técnica da Sespa orienta que os municípios informem sobre casos graves e óbitos por dengue, em até 24 horas, à Coordenação Estadual das Arboviroses. Para confirmação de óbitos por dengue é necessária a investigação epidemiológica, com aplicação do Protocolo de Investigação de Óbito, e os exames específicos (sorologia e isolamento viral) em laboratórios credenciados, como o Laboratório Central do Estado (Lacen) e também o do Instituto Evandro Chagas (IEC).

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