Em Castanhal, pais de pessoas com deficiência pedem o fim dos fogos com estampido

Soltar fogos com estampido é proibido pela Lei Estadual Nº 9.593/22 que visa combater a poluição sonora e proteger indivíduos com sensibilidade sonora, além dos animais

Patrícia Baía
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Em Castanhal, região nordeste do estado, a Associação de Mãos Dadas Cromossomos 21 pede a conscientização da população para que não solte fogos de artifício com estampido na virado do ano, na noite de 31 de dezembro.  

O presidente da Cromossomos 21, Luiz Gonzaga Oliveira Araújo, explica os danos causados as pessoas com deficiência devido ao barulho dos fogos.

“Crianças pequenas, pessoas idosas, pessoas com deficiências (autistas, Síndrome de Down, Paralisia Cerebral, Síndromes Raras). Pessoas com TDA/TDH, hospitalizadas e gestantes também estão suscetíveis a sofrer impactos negativos com os estouros dos fogos de artifício. O barulho intenso pode desencadear crises de ansiedade, ataques de pânico e distúrbios auditivos nessas populações”, explicou o Luiz Gonzaga Araújo, que é pai de uma criança com Síndrome de Down.

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Esse é o terceiro ano consecutivo que é realizada a ação para alertar que a soltura de fogos de artifício com estampido pode prejudicar animais, bebês, pessoas enfermas, idosos e portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que possuem hipersensibilidade sensorial

A prática é vetada pelas Leis Estadual n°9.593/2022 e Municipal n° 019/2022 que proíbem ou restringem o uso de fogos de artifício em áreas urbanas e em determinados períodos do ano, visando a segurança pública. Mesmo assim, na véspera de Natal, em vários locais do município de Castanhal pode ser percebido o uso dos fogos com estampido.

A mãe do pequeno Enzo Adriano Coelho, de 6 anos, conta que a criança estava já dormindo quando começaram os estouros próximo à sua casa.

“Ele acordou chorando muito e só consegui o acalmar quase pela manhã. Passamos a madrugada no Natal em claro porque o barulho não parava. Isso é um absurdo. Sabemos que tem as leis, mas não são respeitadas e nem fiscalizadas. Tem que ser proibida a fabricação desses fogos”, disse Silvana Coelho.

O presidente da Associação de Mãos Dadas Cromossomos 21 ressalta que existem outras formas de festejar sem fazer uso dos fogos de artifícios com estampido.

“É importante conscientizar sobre formas alternativas de celebrar sem o uso de fogos com estampido, como shows de luzes, música ao vivo, espetáculos pirotécnicos silenciosos e outras atividades festivas que não representem riscos para a saúde e segurança das pessoas e dos animais”, concluiu.

 

 

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