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Dia Nacional do Doador de Órgãos: veja como doar e como funciona o transplante

No mês em que se celebra a campanha “Setembro Verde”, o debate sobre a importância desse gesto de solidariedade, que pode ajudar a salvar vidas, ganha ainda mais força

Gabriel Pires

O Pará já registrou 376 procedimentos de transplantes de órgãos realizados de janeiro a julho deste ano, conforme apontam dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). No mês em que se celebra a campanha “Setembro Verde”, a qual incentiva a população a habilitar-se como doadora, e com a proximidade do Dia Nacional da Doação de Órgãos, na próxima sexta-feira (27), o debate sobre a importância desse gesto de solidariedade, que pode ajudar a salvar vidas, ganha ainda mais força.

Ainda segundo a Sespa, os transplantes no Estado têm aumentado significativamente, com 223 procedimentos em 2021, 272 em 2022 e 613 em 2023. Em Belém, a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará também é uma das instituições que é referência nesse serviço. Desde 2019, quando iniciaram os transplantes renais pediátricos na instituição, já foram realizados 34 transplantes renais. E, desde o ano passado, um total de 13 transplantes hepáticos em pacientes adultos já foram contabilizados.

A médica intensivista da Santa Casa e  coordenadora da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgão e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), Nelma Machado, lembra que, na sociedade, de forma geral, falar sobre doação de órgãos ainda é motivo de resistência. No entanto, esse debate precisa ser ampliado, e o caminho para isso é a conscientização. Para desmistificar o assunto, durante o mês de setembro, a instituição realizou ações para levar informações à população. Na sexta-feira (27), data em que se comemora o Dia Nacional da Doação de Órgãos, os pacientes da instituição poderão contar com palestras e debates sobre o tema.

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Para a médica, essa é uma forma de alertar sobre a importância de um gesto que pode ajudar a diminuir a fila de transplantes. Entre os órgãos que podem ser doados, ela destaca: rins, fígado, coração, pâncreas, entre outros. Além disso, a doação de tecidos como córneas e medula óssea também ajuda a salvar vidas, como ressalta a especialista. “É importante falarmos sobre isso no nosso dia a dia e informarmos a nossa família de que somos doadores”, frisa a médica.

Tipos de transplante

Para que um transplante seja realizado, existem alguns procedimentos, desde a identificação de quem irá doar até o transplante. É necessário ter compatibilidade entre o doador e o receptor do órgão ou tecido - que só vai ser apontado a partir de exames e procedimentos específicos. Acompanhamento de saúde multidisciplinar também é realizado nesse processo. “Temos dois tipos de doações. O doador vivo e o doador cadáver”, pontua a médica.

“No doador vivo, geralmente, você faz uma avaliação de alguém da família que pode doar. Nesse momento, alguém vai ser avaliado para saber se tem condições para doação. Enquanto o doador cadáver é aquela pessoa que, por algum motivo, por exemplo, teve um AVC e, com isso, evoluiu para morte cerebral. O médico, junto com a equipe, vai fazer o diagnóstico e, nesses casos, esse paciente torna-se um potencial doador”, relata Nelma.

O doador vivo pode doar somente órgãos duplos, parte do fígado ou medula óssea. Para casos de doações após a morte, o doador precisa manifestar à família, ainda em vida, que deseja doar os órgãos ao morrer. São eles que irão autorizar qualquer procedimento de doação. “E quem quer se tornar um doador de medula, pode se dirigir a um Hemopa ou hemocentro. Lá, durante a doação de sangue, basta informar que quer ser doador de medula. Basta retirar 5 ml de sangue”, frisa.

Conscientização

A Santa Casa também realiza ações permanentes nas escolas com atividades de educação em saúde com foco na doação de órgãos, além de mobilizações internas na própria instituição entre os pacientes. A Sespa também promove campanhas ao público, em praças e plataformas digitais, para informar sobre doação de órgãos.

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