Dia do papiloscopista: conheça a profissão que é fundamental na solução de crimes
No Pará, Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) realiza o trabalho por meio do Núcleo de Identificação (NID)
Você sabia que para resolução de uma cena de crime, seja de furto, roubo, sequestro, homicídio entre outros, é necessário o trabalho de um papiloscopista? O papiloscopista é o profissional que realiza atividades e perícias relacionadas à identificação humana, seja na área cível ou criminal. A partir do decreto n° 4764, foi criado o dia do papiloscopista, comemorado nesta segunda-feira (05). No Pará, a Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) realiza um trabalho de suma importância para a sociedade, através do Núcleo de Identificação (NID).
VEJA MAIS:
Segundo o policial federal e chefe do Núcleo de Identificação da PF no Pará, Luiz Augusto Carvalho, a função do papiloscopista é realizar uma revelação e um levantamento de vestígios e impressões digitais palmares ou plantares, a partir do uso de reagentes e/ou equipamentos de última geração para encontrar tais evidências.
“A função do papiloscopista é identificar as pessoas, é dizer que somente ela é diferente das demais, isso se faz principalmente a partir das impressões digitais de diversas formas que podem se apresentar para gente. Seja em uma cena de crime, em que somos acionados para fazer levantamento, revelação e descobrir onde está aquela impressão digital, de acordo com a dinâmica do crime. A gente aplica reveladores específicos ou usa equipamentos, para achar essas impressões digitais. Nós registramos por imagens ou levantamento físico e jogamos no sistema de banco de dados nacional, onde possuem as biometrias criminais ou civis”, explica Luiz Augusto.
Ainda segundo ele, partir disso, é feito o confronto e a comparação, para dizer de quem é a autoria daquela impressão digital. “Nós fazemos um laudo para que dentro do inquérito policial, a gente possa auxiliar nas investigações e ainda consequentemente no processo criminal junto ao Ministério Público para desvendar o caso. O que a gente faz é uma perícia papiloscópica, existem várias perícias na criminalística e a gente atua com a perícia de impressões digitais, que vai ajudar a determinar de quem é aquela impressão digital que estava no caso, que nem sempre é do criminoso, pode ser de alguma pessoa que passou por lá, vai depender das outras investigações que ocorrerem”, diz.
Além de impressões digitais, o papiloscopista também tem um trabalho muito importante, como a perícia necropapiloscópica, que consiste em identificar um corpo desconhecido. “Muitas vezes, a morte pode ser decorrente de crime ou não, pode ser uma pessoa em situação de rua que faleceu, ou vítimas de grandes desastres, por exemplo, a queda de um avião. Existem muitas vítimas que a família não consegue reconhecer, aí é feito no cadáver a coleta de necropapisloscopia. É uma ação que ajuda a família a ter o corpo e ter a dignidade de poder enterrar o seu familiar”, conta o policial.
Papiloscopista é diferente de perito criminal
De acordo com o responsável pelo NID da Polícia Federal, os papiloscopistas não são peritos criminais. “Os peritos são responsáveis pelo local do crime pela caracterização da dinâmica, por exemplo, como aconteceu o crime, por onde entrou, por onde saiu, e também pela identificação de DNA. Eles são responsáveis por toda a parte do local e da caracterização do local do crime. O papiloscopista vai para a cena de crime junto com o perito, para fazer a localização do vestígio da impressão digital e também realizar a confecção do retrato falado”, explica Luiz Augusto.
No que tange a comparação facial e representação facial humana, as atribuições dos papiloscopistas percorrem uma série de atividades, desde a confecção dos retratos falados de criminosos, projeção de disfarces, de envelhecimento, assim como a elaboração de documentos técnicos para leitura facial humana.
A comparação facial humana é uma atividade em que a partir da observação, análise e cotejo de semelhanças e diferenças entre duas imagens de faces, o expert em identificação humana irá apontar a partir de um laudo as similaridades ou divergências. A partir desse laudo técnico, é tomada as decisões nas investigações.
O dia do papiloscopista foi definido no dia 5 de fevereiro, pois nesse dia, em 1903, ocorreu o reconhecimento oficial da especialidade no Brasil. Trazida então pelo escritor, jornalista, político e advogado Felix Pacheco, fundador e primeiro Diretor do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal-Rio de Janeiro, hoje Instituto de Identificação Félix Pacheco em sua homenagem.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA