Crianças de escola municipal, em Ananindeua, estão sem aulas desde janeiro, denunciam responsáveis
Famílias cobram solução urgente para a falta de professores e denunciam condições precárias da escola
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Desde o dia 27 de janeiro de 2025, as crianças do Pré II da Escola Municipal João Nunes de Sousa, localizada em Ananindeua, estão sem aulas devido à falta de uma professora para a turma. A situação tem gerado revolta entre os pais, que cobram providências urgentes por parte da administração da escola e da Secretaria Municipal de Educação (Semed). Além da paralisação das aulas, eles denunciam a superlotação das turmas, a falta de suporte para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e as condições precárias da escola, que está cercada por mato alto e expõe as crianças a riscos à saúde e segurança.
A escola comunicou aos pais, por meio de mensagens enviadas em um grupo de WhatsApp, que a ausência de aulas se deve à saída da professora responsável pela turma do Pré II. No dia 24 de janeiro, foi feito o primeiro comunicado informando a necessidade de aguardar a chegada de uma nova servidora. “Bom dia, senhores responsáveis. A EMEF João Nunes de Sousa vem informá-los sobre a saída da professora da turma do Pré II AM, portanto, vamos precisar aguardar a chegada de uma nova servidora para assumir a turma. Enquanto não tivermos professora para a turma, não teremos aulas. Assim que a servidora nova se apresentar, avisaremos todos pelos telefones disponibilizados e aqui no grupo.”
No entanto, mesmo após mais de 10 dias sem retorno, a escola voltou a se manifestar no dia 6 de fevereiro, sem trazer uma solução definitiva. “Bom dia, reforço aos senhores responsáveis que a solicitação do profissional para atender a turma do Pré II já foi realizada e o pedido reiterado. Como na última terça-feira, 4 de fevereiro ocorreu o distrato de mais servidores, acredito que os novos contratos estão perto de serem realizados.”
Pais denunciam descaso e falta de respostas
Para os pais dos alunos, a demora na reposição da professora e a falta de comunicação da escola agravam ainda mais a situação. Karine Oliveira, atendente de loja e mãe de uma aluna de 5 anos, relata o descaso da administração escolar.
“Desde o dia 16 de janeiro as aulas começaram, mas no dia 24 a professora entregou o lugar e a escola informou que iria procurar outra. Desde então, estamos sem aula. A gente manda mensagem no grupo, eles não respondem. Eles apenas privam o grupo para que ninguém fale nada, depois abrem novamente. Quando cobramos, eles privam de novo. Hoje de manhã, começamos a perguntar mais uma vez sobre a professora do Pré II, e nada. Então, eles privaram o grupo de novo. Tivemos que criar outro grupo para poder nos comunicar. A escola não nos dá informações concretas, e ficamos na incerteza de quando as aulas irão voltar.”
Além da falta de informações, a superlotação das turmas também é motivo de preocupação. Segundo Karine, a professora demonstrou incômodo com a quantidade de alunos, principalmente pela presença de crianças com TEA na turma. “A professora já estava incomodada desde a primeira reunião no dia 17 de janeiro. Ela disse que a sala estava cheia e que não conseguia nem enxergar os pais direito. Na turma, havia 20 crianças, sendo seis autistas, e percebemos que a professora não estava confortável com a situação. Poucos dias depois, ela saiu.”
Josué Bittencourt, vigilante de 43 anos, é pai de uma das alunas da escola, de 5 anos de idade, que também enfrenta dificuldades. “A professora reclamou que não conseguiria tomar conta de seis crianças com TEA sem ajuda. Duas delas eram mais agitadas, e ela disse que não teria condições. Como a prefeitura não disponibiliza ajudante para a turma, ela comunicou a direção e pediu para sair. A escola ficou de providenciar uma substituta, mas até agora nada. Toda vez que perguntamos, recebemos a mesma resposta: que estão aguardando novas contratações. Minha esposa está sendo prejudicada no trabalho porque precisa esperar eu chegar do serviço para poder sair. O chefe dela já chamou a atenção dela por causa dos atrasos.”
Escola em más condições
Além da falta de professores e da desorganização da gestão, os pais também denunciam o estado de abandono da escola. O mato alto nos arredores do prédio tem preocupado as famílias, que temem pela segurança dos filhos. “A escola está cheia de mato e lixo. Já encontramos até animais abandonados dentro do terreno. Isso é um risco para a saúde das crianças. Depois de muitas reclamações, eles passaram uma máquina para cortar o mato, mas ainda assim o lugar continua mal cuidado. Dá medo de deixar nossos filhos ali.”
A presença de mato alto e sujeira no ambiente escolar tem causado problemas de saúde nos alunos. Muitas crianças apresentaram coceiras após brincarem no espaço externo da escola. Além disso, a falta de limpeza e manutenção básica reforça a insatisfação dos pais, que cobram uma ação imediata por parte da administração.
Pais cobram soluções urgentes
Os pais dos alunos da Escola Municipal João Nunes de Sousa estão cada vez mais indignados com a falta de respostas e cobram soluções urgentes para os problemas enfrentados.
Até o momento, a escola e os órgãos responsáveis não deram um prazo para a normalização das aulas do Pré II. Enquanto isso, os pais continuam buscando alternativas para que seus filhos não fiquem ainda mais prejudicados.
A Redação de Jornalismo do jornal O Liberal já solicitou um posicionamento da Secretaria Municipal de Educação de Ananindeua (Semed) sobre a falta de aulas para as crianças do Pré II e as condições da escola, mas, até o momento, não obteve resposta.
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