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Casos de chikungunya no Pará tIveram aumento de 79% no último ano

Período chuvoso acende alerta para a proliferação do vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue e zika

O Liberal

Os casos de chikungunya registrados no Estado do Pará tiveram aumento de 79,2% na comparação dos últimos dois anos. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), houve 207 casos confirmados em 2023 e 371 no ano seguinte. Neste ano, até o momento já foram confirmadas 17 ocorrências. Felizmente, nem neste e nem nos dois anos anteriores foi registrado óbito decorrente desses registros. Mas, o período chuvoso acende o alerta para a proliferação do vetor do vírus causador da doença, o mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue e zika.

Os principais sintomas incluem febre acima de 38,5 °C de início repentino e dores intensas nas articulações, especialmente nos pés e mãos (dedos, tornozelos e pulsos). “O que pode acontecer é exatamente a possibilidade das eventuais sequelas, digamos assim, que o paciente pode ter, que são essas dores que podem perdurar por muito tempo. Alguns pacientes - não todos, logicamente - podem evoluir para um quadro de dor articular que pode perdurar de três a seis meses. É uma dor constante e, por vezes, até incapacitante, para se ter uma ideia da magnitude dos sintomas”, explica o infectologista Alessandre Guimarães.

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Até o último dia 17 de março, foram notificados 102 casos prováveis de chikungunya na capital, dois deles confirmados. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) aponta que no mesmo período do ano passado foram notificados 563 casos prováveis da doença, mas somente dois foram confirmados. Também não houve registro de mortes pela doença nos períodos citados.

Durante todo o ano de 2024, a Sesma recebeu 993 notificações de casos da doença, sendo que 4 delas vieram a se confirmar. Em 2023, foram 427 notificações, 15 delas confirmadas. Em nenhum desses anos houve óbito por conta da doença.

Como a chikungunya é causada por um vírus, não existe um tratamento específico. “O que o paciente vai fazer, apenas os sintomáticos, é tomar o antitérmico para febre, um remédio para náusea ou vômito - o que não é muito comum - e se tiver dor, um analgésico, principalmente a dor articular que prepondera na febre chikungunya”, aponta Alessandre Guimarães.

Prevenção

Ainda não existe vacina para a chikungunya, a melhor forma de evitar a doença é a prevenção. A incidência costuma aumentar no período das chuvas, quando é mais comum haver a formação de depósitos que podem servir como criadouros para o mosquito.

As medidas para conter a proliferação do mosquito são as mesmas para a dengue e zika: evitar deixar água parada em casa. A orientação é que a população reforce alguns cuidados básicos como verificar os quintais para retirar recipientes que possam servir de criadouros para o mosquito, tampar caixas d'água e cisternas, manter garrafas emborcadas e pneus em locais cobertos, além de acondicionar corretamente o lixo atentando para os dias da coleta domiciliar.

O tratamento pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Em casos mais graves, o Hospital Barros Barreto é a unidade de referência no estado. A Sespa informa que as ações de vigilância seguem intensificadas para conter a propagação da chikungunya no Pará.

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