Apoio psicológico garante gravidez segura para pacientes do Hospital das Clínicas
Clínica Obstétrica dá atenção diferenciada a gestantes cardiopatas, com problemas renais e psiquiátricos
![fonte](/img/ic-fonte.png)
A gestação é um marco na vida de uma mulher, pois muda toda a sua estrutura de vida. Nesse período, as mulheres também estão suscetíveis a vários tipos de sentimentos, em decorrência das mudanças hormonais, comportamentais, físicas e mentais a que são submetidas para gerar uma nova vida. No Centro e Clínica Obstétrica da FHCGV, o atendimento às gestantes é feito dentro do perfil de referência do hospital: os atendimentos às cardiopatias, à psiquiatria e à nefrologia, bem como no atendimento do pré-natal de alto risco.
O histórico de adoecimento das pacientes é fundamental para garantir um atendimento interdisciplinar. A atuação da psicologia na Clínica Obstetrícia visa um levantamento das reações frente ao adoecimento e hospitalização, mecanismos de defesa, estratégia de enfrentamento, ansiedade, medo e temores.
No caso das gestantes cardiopatas, o estado emocional é grande fator de atenção, principalmente, porque as doenças de fundo cardiológico estão entre as principais causas de morbilidade materna na gestação. É durante esse período que as gestantes cardiopatas tendem a apresentar medo, ansiedade e depressão. Por isso, é importante que elas tenham um acompanhamento com um psicólogo ao longo da gravidez para minimizar as intercorrências psicológicas.
Apoio em psicologia é fundamental
Na Clínica Obstétrica da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) as gestantes cardiopatas, com problemas renais e psiquiátricos, recebem um atendimento psicológico humanizado. O objetivo é acolher, amparar e cuidar dessas gestantes durante a sua gravidez até o nascimento do bebê.
“O acompanhamento psicológico das gestantes visa proporcionar alívio emocional e assim amenizar a ansiedade e a angústia por meio do acolhimento e da escuta atenta, bem como por meio de uma avaliação psicológica para identificar possíveis situações de desorganização emocional”, explica a psicóloga Ivone Soares.
Durante o tempo de internação dessas gestantes é oferecido acolhimento e, também, ofertado espaço onde elas possam expressar suas emoções, expectativas e estado psíquico. “Esse processo terapêutico favorece a construção de uma relação de confiança”, enfatiza a psicóloga.
Emoções nos cuidados em saúde
A professora Antônia Fonseca, de São Miguel do Guamá, sofreu um grave problema ao longo de sua gestação, o que provocou o óbito fetal. Para ela, o atendimento psicológico foi de grande importância no enfrentamento dessa situação delicada e dolorosa. “Você descobrir que carrega um bebê morto dentro de você e ainda ter que realizar um parto para a sua retirada, é realmente muito doloroso. A psicóloga foi muito importante para eu passar por essa situação, ela tentou de todas as maneiras me acalmar, ouvir e conversou bastante comigo me dando todo o apoio que eu precisava. Ela me ajudou a controlar a ansiedade, preocupação e medo. Ela realmente contribuiu muito para a minha melhora”, declara Antônia.
O atendimento psicológico à gestante hospitalizada, além de ter a finalidade de favorecer a expressão das emoções do paciente, também prioriza ações conjuntas com a equipe multidisciplinar, complementando o trabalho, sendo um atendimento global e interdisciplinar às mulheres.
As principais atividades desenvolvidas na Clínica Obstétrica são o acompanhamento psicológico durante o trabalho de parto, acompanhamento psicológico em caso de cardiopatia ou má formação fetal, acompanhamento psicológico à gestante cardiopata, com problemas psiquiátricos e nefropatas e o atendimento psicológico em caso de óbito fetal.
Suporte e acolhimento
Outro caso de acompanhamento psicológico, foi a de uma paciente de 23 anos, grávida de nove semanas. Ela deu entrada no HC com sintomas de vômitos incontroláveis, depressão e sensibilidade nas pernas. No seu primeiro atendimento psicológico, a psicóloga Ivone Soares disse que a paciente se encontrava bastante depressiva, com insônia e dificuldade de se alimentar. “Ela tinha uma repulsa em relação a sua gestação, isso se deu por algo relacionado ao seu passado”, esclarece a psicóloga.
Durante o atendimento psicológico da paciente foi descoberto que a sua primeira gestação foi decorrente de violência sexual, e isso causou um descontrole emocional em relação a sua atual gestação. “Ela passou a reviver todos os sentimentos do passado e não ter mais nenhuma perspectiva de vida, e isso fez com que ela tentasse se suicidar três vezes”, explica a psicóloga.
Na primeira sessão de terapia, a psicóloga realizou o acolhimento e estabeleceu um vínculo com a paciente. “Trabalhei com ela os seus sentimentos e a ajudei a compreender e identificar seus sentimentos por meio de desenhos”.
A psicóloga ainda destaca os resultados positivos na realização desse atendimento. “Na última sessão, percebi uma mudança. Ela começou a se alimentar corretamente e passou a se libertar dos sentimentos do passado. Ela realmente saiu muito diferente de como ela se encontrava quando deu entrada no hospital”, avalia Ivone Soares (com informações da Agência Pará).
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA