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Agosto Branco: Pará registrou 49 novos casos de câncer de pulmão em 2022

Campanha visa alertar toda a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce

Camila Azevedo
fonte

O Pará possui 49 novos casos de pacientes em tratamento contra o câncer de pulmão, registrados em 2022 pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), sendo o oitavo tipo dessa doença que mais incide na população brasileira. A estimativa é para o triênio 2020/2022, divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Especialistas afirmam que entre as principais causas está o tabagismo. É visando conscientizar toda a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce, da prevenção e do acompanhamento regular com um profissional da saúde que no dia 1º deste mês é comemorado o Dia Mundial do Câncer de Pulmão, porém, a campanha Agosto Branco segue durante todo o período alertando as pessoas para os cuidados que devem ter. 

Existem dois tipos de câncer de pulmão: os de pequenas células e os não pequenas células. Há o risco de o paciente não apresentar sintomas, pois eles dependem da localização em que o tumor se encontra, variando de escarro com sangue, tosse, dor torácica e perda de peso até a falta de ar com dificuldades de respirar, quando o estágio da doença já é mais avançado. A probabilidade de ter a doença aumenta em pessoas que têm de 39 a 80 anos, agredindo mais quem é idoso e tem um longo histórico com componentes ligados ao tabaco. 

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Existe um componente familiar ligado a este câncer, ou seja, questões genéticas, mas o tabagismo é o fator primordial para a incidência, além do tempo de exposição a substância: quanto maior for, maior a predisposição à doença. Alguns alimentos ricos em betacarotenos, como cebola e tomate, também fazem parte dos possíveis motivos. O cirurgião torácico Augusto Sales, do Hospital Ophyr Loyola, referência no tratamento no estado, explica que parar de fumar não significa que os riscos de desenvolver o câncer tenham cessado. “O risco vai diminuindo com a progressão, conforme o tempo vai passando, vai diminuindo. Porém, existe paciente que mesmo depois de 10 ou 20 anos que deixou de fumar, adquiriu o câncer. Os efeitos são permanentes”, afirma o especialista. 

O exame utilizado inicialmente para diagnosticar o câncer de pulmão é o raio x do tórax, mas o procedimento ‘gold’ é a tomografia. Outros métodos também são fundamentais, como a broncoscopia para a biópsia e o pet scam. “Hoje em dia nós trabalhamos para fazer a biópsia percutânea. Através da tomografia, nós localizamos a lesão e com uma agulha especial é feita a biópsia, se ela estiver muito próxima da parede do tórax, consegue dar o diagnóstico”, explica Augusto Sales. 

Tratamento

Tratar o câncer de pulmão depende da posição no órgão que esse tumor está instalado, do tamanho que ele atingiu e do grau de comprometimento linfonodal existente. Alguns pacientes são submetidos a cirurgia e, se a doença chegou aos gânglios - estruturas do corpo humano que filtram substâncias -, há a necessidade de quimioterapia. “São três os pilares do tratamento, a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia. Quando o paciente consegue fazer todos, existe um benefício maior porque a lesão principal vai ser retirada [com a cirurgia], com a quimioterapia vai matar as células que estão circulando no organismo e a radioterapia vai queimar em volta de onde estava aquela lesão”, destaca o cirurgião. 

No caso de transplante de pulmão, a medida ocorre quando há maiores condições de sobrevivência. Dessa forma, pacientes benignos têm mais chances de receber essa forma de tratamento do que os que estão em estado mais avançado. A resposta de melhora pode ser maior. 

Diagnóstico precoce é essencial

Identificar a doença precocemente aumenta a perspectiva de vida e é muito importante para garantir a saúde. O ideal é que o acompanhamento com um médico seja feito anualmente quando a pessoa é ex fumante. Porém, a indicação muda se um nódulo pulmonar já foi identificado, sendo necessário que as consultas sejam semestralmente.

Diagnosticar antes do avanço do câncer foi o que salvou a vida do Ricardo Silva, de 46 anos. Há um ano atrás ele começou a sentir fortes dores no lado esquerdo do peito, imaginando que estivesse com problema no coração. Depois dos exames, o resultado: havia um nódulo no pulmão. “É muito importante descobrir cedo, tem mais chances de cura. Foi achado um nódulo e a doutora preferiu a cirurgia. Estou fazendo acompanhamento de três em três meses. Eu não tenho histórico na minha família, foi pelo tabagismo, se eu pudesse voltar atrás, nunca teria fumado na minha vida”, relata. 

Outros riscos

As doenças provenientes do cigarro podem atingir desde as vias aéreas até a região do anus. Além disso, os chamados ‘fumantes passivos’, aqueles que têm contato com quem é fumante, também correm o risco de adquirir a doença e tem predisposição para o caso.  

Serviço

O atendimento começa pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e centros de referência especializados, as Policlínicas. O exame de imagem é feito nas UBS ou nas UPAs. Com o diagnóstico confirmado de câncer de pulmão, é necessário fazer a solicitação, via SISREG, de consulta para tratamento com cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia. Os hospitais de alta complexidade em oncologia são: Hospital Ophyr Loyola, Hospital Universitário João de Barros Barreto, ambos em Belém, Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, e o Hospital Regional de Tucuruí, em Tucuruí.

[Errata: Inicialmente, a reportagem divulgou que o Pará possuía 49 casos de pacientes em tratamento contra o câncer, a partir de dados divulgados pela Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa). Entretanto, os dados foram corrigidos pela Sespa, na noite desta quinta-feira (18), que informou que o número diz respeito apenas aos novos casos registrados em 2022.

Confira a nota da Sespa na íntegra: A Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) esclarece que diferente do informado em nota anterior, o quantitativo de 49 pacientes diz respeito ao número de novos casos notificados em 2022 e não a quantidade de pessoas em tratamento atualmente no Estado.]

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